No mês de agosto comemoramos o Dia dos Pais. É uma época do ano em que eles mais aparecem, e com razão, pois de fato, tem papel fundamental na vida de um filho e em toda a sua trajetória, da formação do indivíduo até o futuro profissional, pois serão os primeiros (pai e mãe) a opinar e aconselhar sobre carreira e os desafios que irão enfrentar no mercado de trabalho.
Mas, o que eu gostaria mesmo de saber é: estamos pensando na educação da criança de hoje, aquela que terá as responsabilidades do adulto de amanhã? E que educar filhos é a forma de desenvolver ambas as habilidades para ter sucesso na carreira?
O que eu gostaria de analisar são os comportamentos com os nossos filhos e o que isto pode influenciar positiva e negativamente em seus futuros, principalmente o profissional. O grupo social de maior influência na construção do ser humano é a família e, dentro dela, a maior parcela de responsabilidade é dos pais. Num mundo globalizado e com propósitos corporativos, um dos caminhos é pensarmos em expor nossos filhos em situações de diversidade, o que inclui terem mais desafios e responsabilidades desde cedo, passeios culturais, viagens, comidas, novas experiências e oportunidades de conhecerem o mundo, além das fronteiras da família e escola. Só assim encontrarão a verdadeira paixão e o que eles querem ser na fase adulta. Saberão exatamente o que lhes agrada e o que não lhes faz feliz.
Pais e mães de hoje ficam inquietos com o futuro dos filhos - da escolha da pré-escola aos conselhos sobre carreira, relacionamentos e finanças - e com os valores que deixarão como herança às próximas gerações. Precisamos estar atentos com nossa própria carreira e as frustrações e alegrias que levamos diretamente para casa depois de um dia trabalho, pois elas impactam muito a percepção de nossos filhos sobre seu futuro profissional.
É fato que as carreiras estão mudando vertiginosamente e os paradigmas se rompendo, por isso temos que ter cuidado na orientação quando falamos de caminho profissional, pois o que era muito legal há um tempo, agora pode não ser mais. E o que os pais podem fazer durante todo esse percurso? Inspirar e guiar, sempre, além de saber que ser pai, assim como ser líder, é um aprendizado de mão dupla e é fundamental estar aberto e ter humildade de entender que não se sabe tudo.
Todos os estudos que desenvolvemos sobre o perfil da nova liderança mostram que o bom gestor não é o que dá respostas, mas o que sabe fazer boas perguntas para fazer o liderado pensar, ousar e correr riscos. Com as novas gerações, podemos aprender e construir coisas novas. O que não pode faltar é o exemplo de vida e, claro, o amor.
Educar os filhos é, além de uma atividade desafiadora, uma forma de desenvolver habilidades que serão indispensáveis para o sucesso no mercado de trabalho. A experiência de educar crianças pode realmente ampliá-las, como diversas pesquisas já apontaram. Temos várias capacidades profissionais que são expandidas durante a educação dos filhos, como por exemplo, motivar efetivamente pelo encorajamento positivo, a arte de ouvir com respeito as outras pessoas, a ter foco, ser seguro e confiante, a delegar, a explorar o mundo e a produzir crianças criativas e curiosas.
Por último, quero relembrar que nossos filhos devem ser os responsáveis por suas escolhas de carreira, pois serão os únicos que sofrerão os impactos positivos ou negativos. Infelizmente, já acompanhei centenas de casos com jovens que foram pressionados pelos pais a seguirem um rumo diferente do que buscavam e as consequências foram ruins.
O tempo é único e não volta. E como disse Pitágoras, “eduquem as crianças, para que não seja necessário punir os adultos”.
Por Sofia Esteves