segunda-feira, 13 de agosto de 2018

A teoria da bolinha de papel por Marcio Kühne

Abordar questões sociais em ambientes acadêmicos, que geralmente tendem a criar tumultos verbais, é uma tarefa um tanto quanto delicada. Mas não foi um problema para um professor de ensino médio. Inicialmente, o professor distribuiu folhas de papel para cada um de seus alunos. Na sequência, pediu para que as amassassem e lhes disse que nessa atividade todos estariam representando a população do país. Em seguida, colocou um cesto de lixo na frente da turma, próximo ao quadro. E falou que, nesse país, todos teriam a mesma oportunidade para subir de nível na sociedade e melhorar sua condição financeira. Para isso, eles teriam que arremessar a bolinha de papel e acertar o cesto. Mas não poderiam levantar de seus lugares. Obviamente que a galera do fundão não gostou da ideia, dizendo que a atividade não era justa, pois as pessoas sentadas à sua frente teriam maiores chances de acertar a lixeira. Mas o experimento continuou. As bolinhas foram lançadas e, como foi previsto, a maior parcela de estudantes que acertaram o objetivo estava mais próxima ao cesto. Poucos foram os alunos sentados no fundão que tiveram êxito em seu arremesso. Então o professor lhes disse "quanto mais próximo estiver do cesto, melhor serão os resultados, é assim que o privilégio funciona, vocês notaram que os únicos que reclamaram foram justamente os que estavam afastados?" E continuou: "Por outro lado, quem está na frente da sala é menos propenso a ter consciência do privilégio em que se encontra. Tudo o que podem ver são 3 metros entre eles e seu objetivo".

O professor concluiu dizendo que a educação é um privilégio, por isso, 
utilizar esse conhecimento adquirido para alcançar grandes objetivos deve ser
tão importante quanto ajudar aqueles que não tem o mesmo acesso.