quarta-feira, 17 de junho de 2020

A canção dos homens

“Quando uma mulher de certa tribo da África sabe que está grávida, 
vai para a selva com outras mulheres e, juntas, meditam até surgir a ‘canção da criança’. 
Quando nasce a criança, a comunidade se junta e lhe canta a sua canção.
Quando ela inicia a sua educação, o povo se junta e lhe canta a sua canção.
Quando se torna adulto, a tribo se junta novamente e lhe canta a sua canção.
Quando chega o momento de seu casamento, a pessoa escuta a sua canção.
Finalmente, quando sua alma está para ir deste mundo, família e amigos se aproximam e, 
como no seu nascimento, cantam a canção para acompanhá-lo na ‘viagem’.
Nessa mesma tribo, há outra ocasião em que os homens cantam a canção.
Se em algum momento de vida a pessoa comete um crime ou um ato social aberrante, é levado
até o centro do povoado, a comunidade forma um círculo ao seu redor e canta a sua canção. 
A tribo reconhece que a correção para as condutas antissociais não é castigo. 
É o amor e a lembrança de sua verdadeira identidade.
Quando reconhecemos a nossa própria canção, 
já não temos desejos nem necessidade de prejudicar ninguém.
Seus amigos conhecem a sua canção e cantam quando a esqueces.
Aqueles que o amam não são enganados pelos erros que cometes, 
ou as escuras imagens que mostras aos demais.
Eles recordam a sua beleza quando você se sente feio.
Fazem ver sua totalidade quando você está quebrado, resgatam sua inocência 
quando você se sente culpado e lembram seu propósito quando está confuso”.
Atribuída a Tolba Phanem, poetisa africana