domingo, 17 de janeiro de 2016

As três peneiras de Sócrates

Um homem foi ao encontro de Sócrates, levando ao filósofo uma informação que julgava de seu interesse:
- Mestre, o senhor nem imagina o que me contaram a respeito de um amigo seu. Disseram que o... Nem chegou a completar a frase e Sócrates aparteou:
- Espere um pouco. Disse o mestre. - O que vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras?
- Peneiras? Que peneiras, mestre?
- Explico. Disse Sócrates. - A primeira é a peneira da VERDADE: Você tem certeza de que esse fato é absolutamente verdadeiro?
- Não. Não tenho, não. Como posso saber? O que sei foi o que me contaram. Mas eu acho que... E novamente é interrompido.
- Então sua história já vazou a primeira peneira. Vamos então para a segunda peneira que é a da BONDADE: o que você vai me contar, gostaria que os outros também dissessem a seu respeito?
- Claro que não! Deus me livre! Disse o homem, assustado.
- Então. Continua Sócrates - Sua história vazou também a segunda peneira. Vamos ver a terceira peneira, que é a da NECESSIDADE: convém contar? É realmente importante a divulgação desta informação? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade?
- Devo confessar que não. Disse o homem, envergonhado.
- Então, disse-lhe o sábio, se o que queres me contar não é VERDADEIRO, nem BOM e nem NECESSÁRIO... Guarde apenas para ti!
E ainda arrematou: - Sempre que passar pelas três peneiras, conte! Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o mundo e fomentar a discórdia.