terça-feira, 24 de março de 2020

Ainda em tempo... (Instituto TeApoio)

No dia da mulher, uma das minhas reflexões girou muito em torno do quanto nós, mulheres, ainda nos tratamos mal e contribuímos para perpetuar um peso enorme ao papel da mulher, sobretudo da mãe, na sociedade.

Fazemos isso com nossos discursos e julgamentos sobre o que mães devem fazer para educar seus filhos e como devem conduzir suas vidas para serem reconhecidas como boas mães.

E, gente, essa é uma postura bastante tóxica que a gente alimenta muitas vezes sem nem perceber. 
Então, queria te dizer, entre outras coisas, que...

Você pode ter escolhido se dedicar integralmente à criação dos seus filhos. E tudo bem. 

Você pode ter escolhido se dividir entre casa e trabalho. E tudo bem também. 

O que não faz sentido são as mães que estão em um desses grupos passar a julgar as outras como erradas, deslegitimando sua potencialidade de fazerem escolhas que cuidem de si mesmas e de sua família.

Então, substitua o: “Criança nessa idade tem que ter a mãe perto o tempo inteiro” por ...
“Percebo que meu filho nessa idade me quer por perto o tempo inteiro”. 

Porque vamos combinar que você não é a pessoa que vai saber as necessidades de todas as crianças do mundo? 

Substitua também o: “Mulher que só se dedica aos filhos fica infeliz e não tem vida própria!” por...
“Entendi que se eu me dedicar somente à maternidade não vou me sentir feliz e realizada”. 

Porque vamos combinar que cada uma sente de uma forma?

E esse raciocínio pode ser estendido para todas as outras questões da maternidade. 
Porque se nossa bandeira é por uma maternidade mais leve, nada de ser a mãe que julga as outras no parquinho. 
E talvez você faça isso sem perceber, por ser um hábito que vai se perpetuando na nossa cultura.

Você se sente julgada pelas suas escolhas o tempo inteiro? 
Percebe como isso torna tudo mais difícil? 

Um grande abraço para você, mãe que não julga as outras no parquinho. 
E também para você, mãe que julga as outras no parquinho e agora pensou: “putz... faz sentido. 
Vou repensar minha postura”.