domingo, 29 de outubro de 2017

Esquentou, vamos tosar bem baixinho o pelo do cão?

NÃO! O mecanismo de compensação térmica dos cães é diferente do ser humano: quando está quente, nossa pele transpira. O suor liberado sobre a pele evapora, roubando calor do corpo e baixando, assim, a nossa temperatura. Os cães não transpiram pela pele. Eles fazem a regulação da temperatura do corpo pela boca: ficam ofegantes, expulsando o ar quente e diminuindo assim a sua temperatura interna.

No animal o pelo protege o cão do frio e do calor, com um grau de isolamento térmico, que aumenta com a sua espessura. Por isso, tosar o pelo pode atrapalhar mais que ajudar se o intuito é ajudar o cão a refrescar-se e não estético. Além disso, a pele do cão não possui a grossa camada de queratina que a pele humana possui. A queratina é uma proteína protetora, que a torna resistente ao atrito. No lugar da queratina os cães têm o pelo para proteger sua pele do atrito.

É perfeitamente compreensível que alguns tutores de cães, em meio ao calor, pensem que seus cães estejam sofrendo por causa de excesso de pelos. Mas, quando compreendemos a fisiologia da dissipação do calor, nos cães, concluímos que tosar não ajuda - e que pode piorar o problema!

Seu cão tem calor? Ofereça muita água fresca, molhe-o, refresque o piso, mas exceto para os casos extremos, de pelo embolado, contaminado e sujo, você não deve tosá-los a ponto de remover a maior parte do pelo ou irá causar mais problemas ao cão, ainda mais se a temperatura ambiente é superior à temperatura natural da pele do cão. A tosa de manutenção para cães de pelo longo continua. O problema é quando queremos ajudar o animalzinho com o calor retirando boa parte dos seus pelos. Base científica: Animal Physiology: Adaptation and Environment