domingo, 30 de agosto de 2020

"O centésimo macaco"

Teoria do pensamento coletivo
Durante mais de trinta anos, um tipo de macaco japonês (latim: Macaca fuscata) foi analisado em estado selvagem. Em 1952, pesquisadores deram batatas-doces, que caíram na areia, aos macacos da ilha Koshima.
Os símios gostaram do sabor das batatas cruas, mas acharam desagradável o da areia.
Uma fêmea de dezoito meses, chamada Imo, descobriu que poderia resolver o problema lavando as batatas num riacho próximo. Ela ensinou sua descoberta à mãe. As amigas também aprenderam essa nova maneira de proceder e a transmitiram para as respectivas mães. Diante dos olhares dos pesquisadores, esta novidade cultural foi sendo, gradativamente, aprendida por vários macacos.
Entre 1952 e 1958, todos os jovens macacos aprenderam a lavar batatas sujas de areia para torná-las mais saborosas. Somente os adultos que imitaram seus filhotes aprenderam esse tipo de evolução social.
Outros adultos permaneceram comendo batatas sujas.
Eis que aconteceu algo sensacional: no outono de 1958, um certo número de macacos da ilha Koshima (o número exato é desconhecido) lavava batatas. Suponhamos que, ao alvorecer daquele dia, havia na ilha 99 macacos que já tinham aprendido a lavar batatas.
Suponhamos ainda que, em seguida, naquele mesmo dia, um centésimo macaco aprendeu a lavar batatas. Nesse instante algo importante aconteceu. Naquela tarde, quase todos os membros do grupo haviam lavado as batatas antes de comê-las.
A energia acrescentada pela adesão do centésimo macaco, de alguma forma, provocou uma eclosão ideológica! Mas, veja bem: o que mais surpreendeu os pesquisadores foi o fato de o hábito de lavar batatas haver, espontaneamente, cruzado os mares.
Colônias de macacos de outras ilhas e do monte Takasaki, da ilha Kiusho, começaram a lavar suas batatas (essa pesquisa está descrita em detalhes no livro Lifetide, de Lyall Watson, Bantan Books, 1980). 
Concluiu-se que, quando uma quantidade de indivíduos que adquiriram determinado conhecimento atinge certo número crítico, esse novo saber pode ser transmitido de uma mente para outra.
Embora o número exato possa variar, o fenômeno do centésimo macaco significa que, quando apenas um número limitado de pessoas sabe de um caminho, este pode permanecer como propriedade da consciência dessas pessoas. A partir de um certo número, porém, essa consciência pode ser sintonizada por outras pessoas, fenômeno que a fortalece e expande.
O seu ato consciente pode mudar o pensamento de toda uma nação. Faça o certo, mesmo quando ninguém mais parece se importar. Algum macaco tem de ser o primeiro ou o qüinquagésimo, pois vai chegar um momento em que a sua ação criará uma energia capaz de mudar a mentalidade coletiva.
O seu pequeno ato pode fazer a diferença!
"O Centésimo Macaco" de Ken Keyes Jr.