domingo, 17 de junho de 2018

"Não dê papinha, dê a chance de se desenvolver"

Eu podia fazer um grande texto sobre introdução alimentar, sobre a abordagem participativa e o BLW, compartilhar textos de nutricionistas mostrando o quanto o alimento cozido em excesso, triturado, sem variação de textura limita o desenvolvimento e nutrição da criança. 

É possível oferecer comida com muito mais apelo visual, muitas oportunidades de desenvolvimento, interação, nutrição, segurança e respeito à autonomia, pois permitem a criança se alimentar, mostrar seu interesse, descobrir preferências, novas chances pelo preparo, pela textura, pelo corte, perceber tamanhos possíveis, proteger-se de pedaços grandes demais e até descobrir as sementes das frutas. 

Mas, prefiro dizer: PESQUISEM! Não aceitem como correta e fim, uma única opção, o que "todo mundo faz", ou como o pediatra orientou (gente, eles não estudaram nutrição! Alguns nem filhos tiveram! Podem ser ótimos, mas seus conhecimentos são outros). A internet tem muito conteúdo de qualidade, posso indicar algumas se quiserem!

Hoje quero falar além, quero dizer sobre não subestimar, não limitar e nem impedir a criança. Sei que não é intencional, talvez seja por comparação a amamentação (mamá), então por que não "papá"? Oras, por quê? Pra que criar um vocabulário não existente no mundo adulto, para algo tão natural e importante? Pra que fazer referência a um modo diminuto de alimentação? Para os adeptos a papinha até entenderia chamar de "papa", mas daí a criança cresce e ao invés de almoçar, jantar, lanchar, comer sua fruta... "Vai papar"! Credo, gente, é hora de mudar!!! 

Assim como não devemos dizer que a criança não gostou, não gosta, nunca come, e por aí vai, definindo negativamente, no lugar de estimular, confiar e dar chance pra mudança positiva, não precisamos chamar nada de papa, nem mesmo um purê, uma sopa ou um mingau. Ao meu ver só de chamar de outro nome já fica mais apetitoso, mais interessante, quem sabe mais nutritivo (papa não teria texturas ou cores diferentes, né?).

Por Ana Kita - Mama de Carne e Osso (página no Facebook)