quarta-feira, 19 de julho de 2017

Leia Mulheres: Joinville ganha clube de leitura brasileiro


No dia 22 de julho (sábado), acontecerá o primeiro encontro do clube de leitura Leia Mulheres em Joinville, no SESC, a partir das 15h. O livro proposto para debate é O Conto de Aia (The Handmaid's Tale, no título original), da escritora canadense Margaret Atwood, distopia de ficção científica ou ficção especulativa publicada pela primeira vez em 1985. A mediação ficará por conta das jornalistas Karoline Lopes, Marcela Güther e Naiara Larsen.

O livro voltou a ser assunto recorrente quando Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos em 2016, sendo também referência em protestos feministas, incluindo a Marcha das Mulheres contra Trump realizada em janeiro. Recentemente, ganhou adaptação para televisão, na série "The Handmaid's Tale", exibida pelo serviço de streaming Hulu. 

A história se passa num futuro próximo, em que jornais, revistas, livros e filmes foram queimados, as universidades foram extintas e não há advogados, pois ninguém tem direito de se defender. Os criminosos são mortos e expostos em praça pública para servirem de exemplo. Em Gilead, antigo Estados Unidos, o Estado é teocrático e totalitário. As mulheres são as principais vítimas, divididas em categorias com funções específicas. Offred, de 33 anos, ficou sendo uma aia: pertence ao governo e existe apenas para procriar. As uniões e casamentos de religiões antigas foram anulados: agora, sem o marido, Offred teve sua filha tomada e doada para adoção e nunca mais recebe notícias da família.

Leia Mulheres é um clube de leitura brasileiro inspirado no #readwomen2014, projeto-manifesto criado pela escritora e ilustradora britânica Joanna Walsh. A ideia por trás da hashtag tem a ver com uma luta cada vez mais compartilhada de empoderar mulheres escritoras que sobrevivem a um mercado editorial com preponderância de vozes masculinas. Pioneiras no Brasil, a consultora de marketing Juliana Gomes, a jornalista Juliana Leuenroth e a transcritora Michelle Henriques iniciaram o clube de leitura em São Paulo,em 2015. Depois disso mais 50 cidades já fazem parte do projeto. 

Em entrevista à Revista Língua, a precursora do movimento, Joanna Walsh, afirma que "escritoras são, a maior parte do tempo, julgadas pela sua aparência, em vez de serem julgadas pela qualidade de sua escrita. Aos escritores, em entrevistas, é perguntado o que pensam, enquanto às mulheres é perguntado o que sentem". Claire Messud, falando sobre seu livro, "The Woman Upstairs", diz haver percebido que, pelos julgamentos feitos à sua obra, "é totalmente inaceitável para uma mulher ter raiva", avaliando positivamente a repercussão tida pela sua hashtag, que foi copiada em diversos idiomas, aumentando a visibilidade das mulheres no mercado editorial. 

O Leia Mulheres faz parte de uma série de ações para inclusão da presença da mulher no mercado editorial como autoras, mediadores, editoras que façam parte da cadeia do livro como um todo.

www.leiamulheres.com.br / contato@leiamulheres.com.br

ENTRADA GRATUITA