sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Vigilância Epidemiológica de Joinville alerta para a síndrome do bebê sacudido

A brincadeira de jogar o bebê para cima, esperando aquela gargalhada gostosa, ou sacudir com força uma criança que chora, em um momento de irritação dos pais ou cuidadores, pode causar lesões cerebrais e até a morte, especialmente em pequenos com menos de um ano de idade. É a chamada síndrome do bebê sacudido.

O alerta é feito pelo Serviço de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde de Joinville. “Os cuidados estão sendo cada vez mais divulgados pelos profissionais de saúde e também em cursos de gestantes. Queremos informar que este problema existe, e é mais comum do que se pensa”, destaca a coordenadora da Vigilância Epidemiológica e também do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) de Joinville, enfermeira Aline Costa da Silva.

O pescoço da criança pode até parecer firme para os adultos, mas a musculatura que suporta a base do crânio ainda não está preparada para aguentar uma sacudida. Para piorar, há um espaço livre dentro do crânio para o crescimento do cérebro do bebê. O impacto do ato de sacudir pode causar hemorragia interna e inchaço e provocar lesões que resultem em cegueira, hemorragias na retina, lesões oculares, surdez, paralisia cerebral, deficiência mental e até a morte. A orientação aos pais e cuidadores é que evitem as brincadeiras com movimentos mais bruscos, como jogar a criança para cima ou sobre a cama. E mesmo em momento de estresse causado pelo choro excessivo, nunca sacudir o bebê. 

“É normal a criança chorar, em média, duas horas por dia, sendo importante para o desenvolvimento dos pulmões e da musculatura torácica e abdominal. Mas quem está cuidando pode acabar se irritando e dar uma sacudida ou colocar no berço com mais força. Então o bebê adormece, e devida à hemorragia que ocorre com o rompimento de vasos sanguíneos no cérebro, pode entrar em coma e ter morte súbita”, explica Aline.

O Serviço de Verificação de Óbito (SVO) de Joinville, ligado à Vigilância Epidemiológica, registou a síndrome em uma criança com menos de um ano de idade, que teve morte súbita. O serviço funciona anexo ao Hospital Regional Hans Dieter Schmidt e atua no diagnóstico da causa de mortes naturais ou desconhecidas, desde que não tenham sido provocadas por causas externas, como acidentes de trânsito, homicídio, suicídio, lesão corporal ou morte suspeita. Estes casos são encaminhados para o Instituto Médico Legal.

Fonte: www.joinville.sc.gov.br