segunda-feira, 28 de julho de 2014

ALERTA

Levantamento feito com jovens de 14 a 18 anos de sete instituições de ensino particular de Joinville


A maioria dos pais de alunos de escolas particulares de Joinville não está vendo - ou não quer ver - o quanto as drogas estão próximas de seus filhos. Essa é uma das conclusões da pesquisa feita por profissionais ligados ao Rotary Club de Joinville - Colon em sete dos maiores colégios da cidade: Bom Jesus Ielusc, Elias Moreira, Exathum, Positivo, Santos Anjos, Sociesc e Univille. Foram ouvidos alunos entre 14 e 18 anos. Os pais não imaginam ou não estão querendo entender, ver e acompanhar o que está acontecendo, diz o psicólogo Roberto Freitas, um dos idealizadores da pesquisa, que ouviu quase 500 pessoas (entre pais e alunos). Embora a maioria dos adolescentes e pais considerem que há diálogo entre jovens e adultos, os números mostram que há algo errado quando o assunto bate à porta de casa. Enquanto a pesquisa mostra que as drogas estão presentes no cotidiano dos alunos (97% consome álcool e 44,4% já usaram maconha), só 7,1% dos pais sabem ou desconfiam que os filhos possam ter experimentado algum tipo de droga ilícita. O índice de pais que desconfia que o filho possa usar com frequência é ainda menor: só 1,3%. Esses números mostram que há espaço para se conversar bastante em casa. E é preciso fazer isso sem preconceitos, diz Freitas, lembrando que não existem padrões ou características para serem consideradas. Para ele, a vestimenta ou o comportamento são insuficientes para enquadrar a pessoa como usuária de drogas. O humor é uma das armas para tratar o assunto. A partir dos resultados da pesquisa, autoridades e especialistas de Joinville foram convidados para participar de uma conversa com integrantes do programa Pretinho Básico, da rádio Atlântida, do Grupo RBS. Assim, duas versões do resultado devem ser colocadas à disposição do público: uma mais formal, com os números e as informações; e outra em forma de bate-papo. Para um dos integrantes da avaliação dos resultados, o juiz João Marcos Buch, um dos pontos que chamou a atenção é exatamente o quanto os pais precisam se inteirar mais, conversar sobre o assunto sem preconceitos. Não é preciso fazer um interrogatório. O que os pais devem fazer é acompanhar a vida do filho, entender por que está triste, alegre, saberem quem são os amigos, se há dificuldades no dia a dia, diz o juiz. Também participaram do bate-papo o delegado Leonardo Marcondes Machado, o psiquiatra Leandro Prates, o subcomandante da PM Jofrey dos Santos, integrantes do Proerd, a psicóloga Maria Odila Zafalon, e pais dos alunos entrevistados.

FONTE: Jornal A Notícia por Leandro S. Junges (leandro.junges@an.com.br)