Lembre-se que você entrou num jogo. Primeiro você se encantou com toda a informação e conhecimento que poderia obter com este jogo. Você aceitou entrar num jogo onde as regras já estavam estipuladas. Porém, você estaria livre para co-criar dentro deste jogo utilizando a inteligência matricial. Você disponibiliza tua vontade, energia e criatividade alimentando e multiplicando assim a inteligência matricial que por sua vez delimita e recria as regras do jogo de acordo com a tua própria contribuição. Quanto mais jogadores, mais informações e experiências entram na plataforma do jogo e mais sofisticado ele fica, estabelecendo portanto inúmeras variáveis para o jogo.
Você conduz o teu avatar (o teu personagem no jogo) avançando de etapas em etapas. Você se depara com vários outros avatares, alguns deles são inteligências criadas ou recicladas pelo próprio jogo. Quando teu avatar morre você deve recomeçar, refazendo toda a etapa onde você estava quando morreu. No momento em que você começa a perder o interesse em refazer esta etapa, o jogo se modifica te dando pequenas regalias para que você alcance mais facilmente a etapa seguinte. E novamente, você fica encantado com esta nova paisagem e estas novas habilidades adquiridas com o ‘teu’ próprio esforço. Você fica totalmente concentrado e condicionado no jogo, você pensa que é o próprio avatar. Você reduz todos os teus sentidos sentado no sofá e fica mentalmente e emocionalmente vidrado na projeção arquitetada pelo jogo. Você mesmo esquece que está em um jogo. Novas e mirabolantes etapas surgem justamente quando você começa a despertar e a lembrar que isto é somente um jogo.
Você alimenta o jogo com toda tua energia e o jogo te devolve o mínimo necessário para você continuar grudado ali jogando infinitamente. Quando você começa a entrar em colapso, você é levado a uma mudança radical, ou você se lança ainda mais no jogo buscando outras etapas nas quais possa se retroalimentar para seguir adiante, ou, você deixa de alimentar o jogo. Você pode tanto pausar, desligar ou deixar o jogo correr na tela. Mas o importante é sair da sala, abrir a porta, respirar fundo sentindo a luz entrar pelos teus poros e dar uma olhada ali fora. Quem sabe você vê um lindo jardim e lembra que foi você mesmo que plantou tudo aquilo. Talvez você veja também a cidade ao longe. Daí você se espreguiça, olha o horizonte e se pergunta: quem será que escreveu as regras deste jogo aqui fora? Então você desperta, você começa a flutuar sentido-se pleno e livre, recriando desse modo teu próprio universo. Agora você aprendeu. Você nunca mais vai colocar o teu universo dentro de um jogo. Quem sabe você crie novos jogos dentro do teu universo, porém, o teu avatar não conseguirá mais te pilotar. Agora consciente, você está no comando do teu próprio jogo.