Não morreu, mas enfrenta problemas no seu relacionamento com seus pais. Não consegue dizer 'eu te amo' olhando nos olhos e essa frieza dói tanto que respinga na sua relação com seus filhos. Não morreu, mas precisa se curar da sua infância na terapia e sente que seria mais amoroso se tivesse recebido mais amor em vez de tapas. Não morreu, mas se tornou uma pessoa violenta com seu companheiro e com seus filhos. Não morreu, mas naturaliza a violência e enxerga nela uma forma de educar. Não morreu, mas, pra esquecer, se entrega à bebida ou precisa de antidepressivos. Não morreu, mas confunde violência com afeto. Todo mundo precisa de uma infância que não precisa ser curada mais tarde. Não basta não morrer. Ninguém veio ao mundo pra ser sobrevivente. Pense nisso.