domingo, 31 de maio de 2020
Conto 2: O menino que não tinha umbigo de David Gonçalves
– Mãe, não vou mais na escola. Tenho ódio daquela gente. Prefiro estudar aqui em casa.
– Ah, não, meu filho, você vai, sim. Não vem com história. Trabalho como escrava na padaria e você fazendo boquinha.
– Eu não vou, já disse. Estou cansado de gente estúpida.
– Eu me ralando pra dar estudo pra você e fico ouvindo tanta besteira. Jesus, tenha piedade de mim.
– O que os professores ensinam, eu já sei. Não estou aproveitando nada. Perda de tempo.
– Me diz a verdade: o que aconteceu?
– Você sabe do que se trata.
– De novo, a história do umbigo?
– Sim, eles estão me gozando. Todo mundo quer ver se é verdade ou não. Pareço um bicho estranho. Estão fazendo um concurso pra saber quem não tem umbigo. Está no WhatsApp.
– Deixa eu ver.
– Aqui está.
– Deus do céu!
– Virei palhaço. Está todo mundo gozando. Pareço saco de pancadas.
– Que maldade. Essa meninada não tem o que fazer? Parece urubu em cima de carniça.
– Odeio essa gente. Se descubrir quem fez, vou dar uma surra.
– Eu vou falar com o diretor. Isso é bulling.
– Por mim, pode falar. Eu não voltarei lá. Até as meninas me olham de forma esquisita.
– Vou falar, sim. E você vai voltar às aulas.
Ambos se calaram. Ouvia-se o burburinho que subia da rua. Estavam magoados, impotentes.
– Mãe, por que não tenho umbigo?
– Já te falei mil vezes.
– Me fale de novo.
– Ah, está bem. Só mais esta vez.
Sentaram-se no sofá.
– O teu pai não podia ter filhos. Depois de anos, resolvemos ir no laboratório. Lá, o médico pegou um esperma de outra pessoa e colocou dentro de mim. Assim, você cresceu dentro de minha barriga. Foi assim que você foi concebido. Do contrário, você não seria este menino tão bonito... e eu não teria você.
– Por que o pai não podia ter filhos?
– Era infértil. Alguns homens são improdutivos. Ele não tinha culpa disso. O importante é que ele gostava tanto de você.
– Do que ele morreu, mãe?
– Ah, filho, de câncer. Você tinha dois aninhos.
– Ele sabia que eu não tinha umbigo?
– Sabia, sim.
A mãe enxugou as lágrimas.
– Ele gostava de mim?
– Gostava, sim. Segurava você no colo e cantava canções. Enquanto você não dormia, ele não deixava de segurá-lo no colo.
– Mas ele não era meu pai.
– Seu bobo, pai é quem cria.
– Quem é meu pai?
– Isso eu não sei. A gente não pergunta de quem é o esperma. Mas o médico me disse que o doador era um cientista.
– Um, o quê?
– Cientista. Sujeito que vive descobrindo coisas que a gente não vê.
– Quero conhecer este pai estranho. Será que ele também não tinha umbigo?
– Não pode. Já te disse: pai é quem cria.
Voltaram a ficar calados. Vou deitar, disse ela. Amanhã tenho que surrar a massa até doer os ossos.
– Mãe, posso ter umbigo? Tive vendo: os cirurgiões plásticos. Recriam nariz, boca, bochechas, orelha, dedos, deve haver alguém que cria umbigo. Pelo menos, não seria motivo de chacota.
– Se a gente tivesse dinheiro... Isto custa os olhos da cara.
Cada qual foi para o seu quarto. Mas Joel não dormiu. Ficou pensando... De repente se levantou e foi mirar o telescópio. Abriu a janela e começou a espiar o universo.
Oh, mundão! O que via era imensurável. Um sistema solar formado pelo Sol, asteroides, satélites, meteoros, cometas e oito planetas, com formas esféricas, sempre em órbitas elípticas. Lá estavam todos eles suspensos vagando. Teria vida extraterrestre? Ah, se tivesse, ele gostaria de mudar-se. Estava cansado da Terra. Pra dizer a verdade, desgostoso. Quem sabe, em Marte, os habitantes eram como ele, sem umbigo.
O Universo sumia no infinito. Quantos planetas teriam outras estrelas? O mundo se estendia. Lembrava-se das palavras do professor de física: “O mundo está sendo criado neste momento. Ele está se expandindo.” Seria verdade? Ou o professor estava mentindo?
Mergulhar no sistema solar era a viagem dos sonhos. Mercúrio, Vênus, Terra, Júpiter, Saturno, Urano, Neturno – uma viagem que Joel fazia todas as noites, como se fugisse. Quantas vezes não desejava ir para Neturno, o mais distante do Sol. Difícil de ver até no telescópio, presente da mãe. Custara uma fortuna. Os olhos da cara, como ela costumava dizer. Neturno, lá estava ele, o gigante gasoso, tal como Júpiter, Saturno e Urano. Como seria aquela atmosfera construída por hidrogênio, hélio e metano? Como poderia chegar até lá? Tão distante: 4,5 bilhões de quilômetros do Sol, 156 anos terrestres para completar uma órbita, rodeado por 14 luas.
Espiava, embevecido, os planetas. Deus, como tudo era maravilhoso! O homem – tão pequenino, um grãozinho de areia que qualquer vento fustigava. Não era nada diante da vastidão do universo.
Dormiu debruçado à mesa, as mãos sobrelaçando o telescópio, como se abraçasse o mundo. Sonhou. Estava em Marte, o planeta tão parecido com a Terra. Mas estava preso numa gaiola: um grupo de seres peludos, parecidos como gorilas, espiavam-no e riam, apontavam-no com os dedos. Joel estava nu e todos apontavam para sua barriga. Riam de quê? Aqueles seres estranhos também não tinham umbigos. Então, por que apontavam para sua barriga?
– O roto rindo do esfarrapado – disse, enfurecido. – Agora, por favor, me libertem.
Mas aqueles estranhos não o entendiam. Por isso, ele começou a tremer, a suar, a sentir calafrios.
– Quero um cobertor. Está muito frio. Quantos graus abaixo de zero? Vinte, trinta, 50 graus? Nem na Sibéria é tão frio assim. Parem de rir e me deem um cobertor. Eu imploro.
Estava perdendo os movimentos. Respirava entrecortado, como se alguém pisasse em sua garganta.
Uma jovem graciosa e peluda jogou-lhe uma pele de urso por entre as grades da gaiola. Tinha um sorriso grande. Os pelos cobriam-lhe os seios e os quadris. Mas dava para Joel ver que ela também não tinha umbigo. Depois, ela lhe deu um caneco de uma bebida amarga e quente. Aos poucos, ele sentiu o corpo se aquecer. Agora, o grupo de seres estranhos confabulava num círculo. O que estariam tramando? Aguçava os ouvidos para ouvir, mas a fala era sincopada, murmurante. Estariam tramando a sua morte?
De repente, enquanto aqueles seres estranhos confabulavam, a jovem abriu a porta da gaiola e o puxou como se levasse um socavão inesperado e ambos saíram correndo pelas montanhas rochosas.
Então, Joel acordou.
sábado, 30 de maio de 2020
*All Love* por Rosana Souza
"O progresso é impossível sem mudança; e aqueles que não conseguem
mudar as suas mentes não conseguem mudar nada".
George Bernard Shaw
Neste momento estamos sendo incitados a voltar o nosso olhar para alguns eventos que ainda não havíamos experienciado. Todos estes acontecimentos fazem parte das transformações necessárias para que a nova era se estabeleça. Estamos diante de muitos fatos desconhecidos, mas precisamos encará-los de frente para podermos acompanhar o fluxo das mudanças que estamos sendo compelidos a fazer. O joio será separado do trigo.
É preciso preparar um solo mais fértil para serem lançadas as novas sementes...
Quanto mais receptivo estiveres para aceitar o que precisas rever e mudar, mais facilmente podes acessar as novas energias que já estão sendo ancoradas no planeta. Mas, caso ainda não consigas compreender todo contexto do momento, não te desesperes. Porém, não deixes de buscar recursos de aprendizagem. O esclarecimento promove a expansão da mente, ampliando tuas capacidades de entendimento e assim, sem ansiedade, consegues observar e compreender de uma forma mais tranquila e equilibrada as mudanças que precisas realizar em ti mesmo.
Ouse ir além, saia da zona de conforto, busque conhecimento, aprofunde cada vez mais o desejo de evoluir. Não te limites em ficar apegado aos antigos padrões e ideias achando que são suficientes para acessar as novas energias. Seja realista.
Todos nós de uma forma ou de outra precisamos rever nossos conteúdos internos, nossos conceitos, preconceitos e dogmas. Precisamos fazer ajustes, nos adaptando às novas situações que estão sendo implantadas para que possamos dar continuidade à nossa vida, ao nosso caminho evolutivo. Não podemos ficar à margem dos acontecimentos. Eles estão aí, e algo precisa ser feito. Senão, podemos correr o risco de nos isolarmos literalmente, nos autoexcluindo do meio.
Não tenha medo do novo. Confia. Vai com calma, com fé e confiança, respeitando o teu tempo. Cuida bem de ti. Te preserva. Permita-te fazer agrados pra ti mesmo. Tudo isto é bom e ajuda a desenvolver o amor próprio, mantendo a autoestima elevada.
E se puder, colabore. Ouça com atenção, fale com sabedoria. Palavras bem ditas podem salvar vidas... Reconheça e agradeça todas as oportunidades de aprendizado e crescimento que estás tendo, pois o que não te desafia, não te transforma.
Conto 1: O menino que não tinha umbigo*
Estava para encerrar as aulas da manhã. No ar, pela sala e corredores, o rumor confuso e ansioso dos alunos. A professora já arrumara a pasta e também aguardava o encerramento, visivelmente cansada. Restavam dois alunos para entregar a prova.
– Copie logo, Rodrigo. Não vai dar tempo – balbuciava Joel, erguendo a folha. – Estou cansado de dar cola pra você.
– Você escreve miudinho, quase não dá pra ver – cochichou Rodrigo.
A campainha tocou. Salas e corredores explodiram num barulho surdo. Vaivém confuso e turbulento, os alunos fugiam da escola para a liberdade. Parecia um formigueiro demandando da toca.
Os quatro colegas se encontraram na rua. Estavam afogueados. O calor do meio-dia abrasava os rostos.
– Vocês são uns molengas! Uma provinha de nada. Vou em cima das questões que sei. As que não sei, nem estou aí – comentou Marinho, as sardas colorindo o rosto.
Joel fez que não ouviu.
– Eu respondo todas. Mas, hoje, ficou uma no final. Mais uns minutinhos, eu dava conta – replicou Rodrigo.
– Sei bem o que você estava fazendo. Estava colando do Joel. Você vive na sombra dele. Senão o boletim vem colorido, com notas sofríveis.
Joel caminhava na frente. No meio-dia, as ruas fervilhavam. As pessoas estavam nervosas, atiçadas pela fome. Bares e restaurantes se entupiam e ônibus lotados circulavam com operários.
– Cale essa boca! Sou bem capaz de arrebentá-la. Não vivo na sombra de ninguém. Sei cuidar de mim.
– Ah, essa é boa. Você tem inteligência de jumento.
Discutiam, galhofavam, e caminhavam pela rua ensolarada, mochilas lotadas de livros e cadernos às costas.
– Se todos tivessem a inteligência de Joel, ninguém precisava frequentar a escola – voltou a dizer Marinho. – Mas é um tanto esquisito. Pra dizer a verdade, um tipo muito estranho.
Joel, na frente, apertava os passos e não ouvia o que os amigos diziam. Caminhava absorto, mas faminto.
Murilo, que nada havia dito, rompeu o silêncio:
– Parece que ele vive noutro mundo.
– Que outro mundo, nada. O que ele faz depois das aulas?
– Ajuda a mãe na padaria. Deve ficar sovando a massa. Ou ficar no caixa como boneco recebendo a grana.
Rodrigo parou.
– Perguntem pra ele. Não fiquem fazendo fofoca. Ei, Joel, o que você faz depois das aulas, tarde inteira?
Sem se voltar, Joel respondeu:
– Me dedico à pesquisa.
– O que você pesquisa? A vida dos sapos? Os hábitos das aranhas?
Riam, debochavam.
– Pesquiso o Universo. Tenho um pequeno telescópio. Sabiam que tem um montão de planetas? Sabiam que não somos os únicos seres no mundo?
– Ora, direis, ouvir estrelas – riu-se Marinho.
– Diga o que quiser. Estou interessado em desvendar o desconhecido. O homem não sabe nada.
E se pôs a caminhar. Tinha pressa. Estava prestes a descobrir um planeta distante que não era mencionado nos livros. Acelerou os passos. Atrás, os três amigos trocavam impressões.
– Do jeito que ele vai, não duvido que fique doido – disse Rodrigo. – Cá pra nós, já observaram que nas aulas de educação física ele não tira a roupa? Ao tirar a roupa, se volta pra parede. Se toma banho, sempre só. Sabem por quê?
Ninguém sabia. Mas estavam curiosos.
– Deus me livre se contarem o segredo!
– Conte logo, seu panaca – quase ao mesmo tempo disseram.
Rodrigo fez uma cara de espanto, uma cara de quem quer parecer perplexo, desentendido.
– Ele não tem umbigo.
Observava os companheiros. Estavam parados. Um olhava o outro com espanto. Era brincadeira? Pura galhofa? Mas Rodrigo parecia sério, olhava Joel se distanciando, encimesmado.
– Isso é mentira – rebateu Marinho. – Vá contar lorotas pra outro. Todo mundo tem umbigos.
– Mas ele não tem – voltou a afirmar Rodrigo. – Mas, também, o que é um umbigo? Enfeite pra barriga?
– Você viu?
– Eu vi. Mas não falei nada. Podia magoá-lo.
– Fala sério? Ele tem ou não tem?
– Não tem, já disse.
– Mentira. Todo mundo tem umbico.
– Pra que serve o umbigo? Apenas uma prova que você estava grudado à mãe. É através dele que o bebê se alimenta enquanto está na barriga da mãe. Ao nascer, é cortado e na ruptura fica o umbigo. Como veem, ele só serve para os nove meses. Do resto, é enfeite. Não serve pra mais nada.
– Assim mesmo, é esquisito não ter umbigo. Dá pra imaginar as meninas sem umbigo? Só se for bruxa...
– Acreditem se quiserem: Joel é produto de proveta. Não nasceu como todo mundo – voltou a aguçar a curiosidade Rodrigo.
– Como assim? Proveta?
– Escolhe-se um pai, e com uma seringa injeta os sêmens na mulher. Igualzinho o que se faz com as vacas lá da fazenda do meu pai. Lá tem um touro só, que meu pai diz que custou muitos dólares. O peão colhe o esperma dele e vai inseminando as vacas no cio. O pai diz que é pra melhorar a raça. De fato, desde que o touro foi comprado, a bezerrada está sadia, apurada e está rendendo dinheiro.
– Mas com gente é diferente...
– Que nada! Tudo igual. O homem é perfeitamente descartável pra gerar filhos. É só ir no laboratório e pagar, e pode escolher a cor dos olhos, dos cabelos, o desenho do nariz, baixote, alto, magro, gordo... Acho que foi assim que a mãe de Joel fez. Repararam que ele nunca fala do pai? Podem espiar na padaria: alguém já viu o pai dele lá? Alguém já viu o pai dele no colégio? Só a mãe dando um duro danado.
O sol do meio-dia queimava. Suavam. Mas não queriam se separar. Pareciam grudados por cordões umbilicais.
– Isto é segredo, hem! Se vocês abrirem o bico, o Joel vai ficar puto da vida, não perdoará ninguém. Entenderam? – intimou Rodrigo, olhando severamente a cara de cada um, ameaçador.
A contragosto, um a um se dispersaram, cada qual tomando o rumo de casa, com tanta curiosidade roendo.
Naquela tarde, rodou uma mensagem no WhatsApp:
Concurso: Descubram qual o menino que não tem umbigo? Prêmio: 6 garrafas de Coca-cola litro. Revelação: sexta-feira próxima.
* Faz parte do novo livro de David Gonçalves, a ser lançado no próximo mês "Meninos Descalços" sobre a infância sofrida, perdida.
sexta-feira, 29 de maio de 2020
Missão
A missão é todos os dias. O que é que isso quer dizer? Eu explico.
Uma parte de vocês acha que a sua missão na terra é grandiosa. A outra grande parte julga que a sua missão deverá ser, necessariamente, uma tarefa profissional. E outra considerável parte pensa que irá encontrar a missão se seguir os sinais. O que não é mentira de todo.
Mas os sinais de que falo não são os sinais exteriores, não é algo que te acontece, não é uma coisa da qual te lembras de repente. Um sinal, antes de tudo, é algo que se sente. A verdade é que nenhuma dessas partes sabe o que é a missão. Nem tu.
A missão na terra é algo tão intrínseco, tão interior, que nunca pode começar por fora. Nunca pode começar na matéria. Tem de, necessariamente, nascer de dentro. Tão pouco pode começar na cabeça, na mente. Tem de começar no coração. E mais, tem de ter um formato.
Vê a Alexandra, por exemplo. Devido a uma perda, em primeiro lugar, e antes de mais, ela quis conhecer-se. Pensou que, se atraímos o que emanamos, ela devia emanar algo de estranho para ter atraído uma perda particular. Começou então a tentar conhecer a energia que emanava. Depois passou a aprender a modificar essa energia. Mais tarde, passou a tentar ensinar como é que se modificava essa energia. E, entretanto, ia modificando a sua. Depois, na sua busca, encontrou-me. Comprometeu-se a seguir-me. E hoje temos o projeto.
Percebes como é que as coisas funcionam? A busca começa dentro de ti. A tentares conhecer-te. A tentares modificar essa energia. A tentares subir. Se te comprometeres com essa tua busca pessoal, mais cedo ou mais tarde encontrarás a tua essência. E esta ganhará força, auto-estima, confiança, e irá direcionar-te para o que ficou combinado vir fazer à terra. Começarás devagar, olhando cada pessoa nos olhos, olhando-te a ti próprio nos olhos, a dar carinho e afeto a cada pessoa que se cruzar no teu caminho - fazendo o teu próprio processo de luto da dor, para tirá-la do teu peito e para que possas ser carinhoso sem fingir.
E nesse processo de se encontrar e de dar amor - a si e aos outros um dia, sem que possas prever, estarás no centro da tua missão. Boa jornada!
Eduardo Affonso em...
As coisas têm, como nós, uma roupa de ficar em casa, uma de ir à missa. Têm modos de quem come se servindo da panela, na cozinha, e modos de quem segura o garfo com o polegar e o indicador e não põe os cotovelos na mesa, na sala de jantar.
Por isso existem o favor e o obséquio, o beijo e o ósculo, o azar e a desdita (e o revés, a desventura, o infortúnio – o azar tem um closet inteiro).
Vejam a morte. É uma palavra áspera, ríspida, sem muita cerimônia, em trajes que não permitem entrever se tem peitoral ou seios, se tem cintura e quadris. É sem vaidade, e serve para qualquer vivente, bicho ou planta. Os preços podem estar pela hora da morte, muita coisa é questão de vida ou morte, ficamos pensando na morte da bezerra.
A morte é trivial. A morte é o fim, e ponto. E o que é o óbito? O óbito é a morte sem mortalha, é a morte em traje de gala.
Óbito vem do latim “obire”: ir (“ire”) na frente, se afastando (“ob”). É apenas partir antes.
A morte dói; o óbito vem com anestesia. Por isso, nas estatísticas da pandemia se prefere falar no número de óbitos, não em mortos, cadáveres, finados, defuntos.
O que também não seria problema: cadáver é, literalmente, “caído”. Defunto é o que cumpriu o que tinha que ser cumprido, pagou o que devia ser pago, completou seu tempo de vida. Finado é o que finou-se.
Além da morte e do óbito, temos ainda o falecimento. Falecer é, além de uma das palavras mais lindas do idioma, uma das mais falaciosas: falecer é enganar, fingir, ser infiel, não cumprir o trato. Falecer, falsidade, falta e falácia têm a mesma origem (“fallere”). De onde também veio o desfalecimento, o desmaio – que, como o sono e o orgasmo, são pequenas mortes.
Por tudo isso, optamos pelo óbito, que não tem as mãos calejadas da morte, prefere o jaleco branco ao manto preto, o bisturi à foice. A morte é o fim; o óbito, uma ultrapassagem, uma precedência. Falecimento é um eufemismo (ninguém falece de covid, de acidente de trânsito, de bala perdida).
Mesmo sem saber etimologia, o sepultamento nos comove menos que o enterro. Enterrar é cobrir de terra; sepultar é apenas fazer desaparecer. Por isso cremamos (reduzimos a cinzas), em vez de queimar os nossos mortos: cremar e queimar são a mesma coisa, mas sabemos a dor das queimaduras, desconhecemos a da cremação.
A morte é uma fatalidade. E fatalidade é uma sentença divina. Fatal é o que causa a morte (o óbito, o falecimento, o passamento, a ida para o mundo dos pés juntos, o abotoamento do paletó, o batimento das botas, a partida desta pra melhor, o envergamento do pijama de madeira, o embarque na derradeira viagem, a passagem para outro plano, o esticamento das canelas, a degustação de capim pela raiz, a transformação em purpurina). Portanto, esqueça aquela história de “vítimas fatais”. A menos que a vítima tenha matado alguém, a vítima é apenas a vítima: fatal é a doença, o acidente.
E a vida. Porque a vida, sim, é fatal.
quinta-feira, 28 de maio de 2020
Ser "empata" - autor desconhecido
Os empatas são pessoas com uma sensibilidade extrema e que conseguem sentir as energias do ambiente e das pessoas que as cercam. Costumam ter grandes variações de humor, uma vez que a forma como se sentem é influenciada por sons, cheiros, lugares, animais e, inclusive, aspectos climáticos.
Por causa dessa hipersensibilidade, sentem-se frequentemente sobrecarregados. A intuição é o filtro pelo qual eles experimentam o mundo. São naturalmente doadores, espiritualmente sintonizados e bons ouvintes. Os empatas são comumente reconhecidos através das seguintes características:
- Sofrem constantes oscilações inexplicáveis de humor e estado de espírito;
- Percebem os sentimentos das outras pessoas sem esforço;
- Sentem fortes impactos emocionais em todos os lugares;
- Recebem pedidos de ajuda ou são atraídos para quem precisa ser auxiliado;
- Sentem prazer e necessidade em passar algum tempo sozinho.
Ainda, os empatas podem identificar-se como pessoas que preferem não assistir televisão, detectam mentiras com facilidade, prezam por liberdade, são mais suscetíveis a experiências paranormais por serem altamente sensitivos e possuem grande interesse pela espiritualidade, magia, misticismo e o sobrenatural.
Se você se identificou com algumas ou todas as características então é muito provável que seja um ser destes de luz. Pratique solidariedade e a empatia!
Colocando os pingos por Eduardo Affonso
Colocar os pingos nos is é deixar as coisas bem claras. Isso todo mundo sabe.
O que eu desconhecia é que até o século 16 o i não tinha pingo. E quando na palavra havia dois is em seguida, os is sem pingo ficavam parecendo um u. Então, para saber quando eram dois is e quando era um u, colocavam-se pingos nos is.
Claro que aí deixavam de saber se eram dois is ou um ü (um com trema), mas não se pode resolver todos os problemas de uma vez só.
Meu pai achava pouco colocar pingos nos is, e os colocava também nos y. Não era um trema, mas dois pingos, um em cada galhada do y. Para quê? Jamais saberemos.
A vida inteira ele assinou o Sidney com um pingo no i e dois no y. E mais três pontinhos no final, por ser maçom. Seis pontos ao todo, um por letra. Eu, Sidney que sou (pelo menos no RG), também usei durante algum tempo, nos primeiros anos de escola. Até achar que aquilo era meio anacrônico, assim como os contos de réis que insistíamos em falar em casa, quando há muito a moeda já era o cruzeiro.
Lá em casa pingavam-se não só os is (literal e figuradamente) e o ipsilones, mas também o jota.
O jota tem essa peculiaridade: não tem pingo quando escrito à mão, mas o pingo jamais deixa de estar, sem qualquer justificativa, quando é digitado. E, a exemplo do i, somente na minúscula.
Se colocar os pingos nos is é não deixar margem de dúvida, a expressão “colocar os pingos nos jotas” também devia existir. E significar algo como ter aquele jeitão jurássico de pessoa entojada, enjoada, nojenta.
Quem coloca pingo em jota é capaz de tudo.
De escrever óptico, para distinguir de ótico (que tem a ver com o ouvido, não com a visão).
De corrigir quando alguém diz pilastra em vez de coluna. Como todo mundo que estudou Arquitetura por cinco anos está cansado de saber, a coluna é destacada da parede, e a pilastra é grudada.
Quem pinga jota não perdoa alguém dizer que teve sua carteira roubada, e, em vez de se solidarizar, aproveita a desgraça alheia para explicar a diferença entre furto e roubo.
Não perde a chance de dizer que que sorvete é uma coisa, sorbet é outra. Que corona é o vírus, e covid, a doença.
Quem pinga jota sabe quando usar infarto e quanto usar enfarte. Dirá que “fulano sentiu-se enfarte (cheio, farto) depois de traçar uma feijoada e teve um infarto (lesão nas artérias) do miocárdio”.
“Colocar os pingos nos jotas” implicaria corrigir quem diz “implica em” (isso implica aquilo, não naquilo). Puxar a orelha de quem nunca sabe se assistiu o filme ou ao filme e, na dúvida, prefere dizer que viu. Quem se enrola nos “vêm” e “veem”, dos verbos vir e ver. Nos porque, por que, porquê e por quê (por que será que existe essa frescura? Porque talvez, se procurarmos o porquê, descobriremos que não há por quê).
Os que pingam jota devem ser do tipo que ainda sofre com o óbito do trema. Talvez por terem amado, em algum lugar do passado, uma Thaïs que lia Madame de Staël e usava Anaïs Anaïs.
Além dos que põem os pingos nos jotas e nos ipsilones, há também os que cortam o Z. Mas aí já é caso de polícia.
quarta-feira, 27 de maio de 2020
Kestão ou Cuestão, eis a Questão por Eduardo Affonso
Você pronuncia “líkido” ou “lícuido” quando lê a palavra “líquido”?
Não, não se pergunte, ou vai descobrir que nunca pensou nisso e, agora que se perguntou, vai ficar na dúvida e experimentar uma e outra para descobrir que forma tem usado, e não vai chegar a conclusão nenhuma, porque ambas soam naturais, familiares.
Com “questão” é diferente.
Antigamente (antigamente de verdade, muito tempo atrás), ninguém tinha dúvida que fosse “cuestão”, inclusive porque tinha trema (“Responda às qüestões abaixo”, lembra?). A gente preenchia qüestionário, se qüestionava a respeito das coisas. Mas não sobre a pronúncia de questão. Agora, tudo mudou: a kestão prevaleceu sobre a cuestão, e isso é inkestionável.
Catorze ou quatorze? Quem nunca hesitou na hora de preencher o cheque? (Lembra do cheque? Era um papel retangular, tipo um dinheiro que a gente fazia em casa, do valor que quisesse. Ninguém tinha dúvida se era cheke ou chécue, mas todo mundo bambeava na hora do 14 por extenso). Cheguei a fazer um cheque de quinze e dizer pro entregador de pizza ficar com o troco (isso foi em Copacabana, década de 70, e nem sei mais se era cruzeiro, cruzado, cruzeiro novo, cruzado novo ou contos de réis, mas não esqueço o mico e o prejuízo de um cruzeiro, cruzado, cruzeiro novo, cruzado novo ou conto de réis que a ignorância me causou).
Liquidar (likidar) ou liquidar (licuidar)? Likidificador ou licuidificador? Likidez ou licuidez? Likidação ou licuidação?
Quando havia o trema (que Tote – nome do meu avô e do deus egípcio do conhecimento e da escrita – o tenha), a gente tinha dúvida se era para pronunciar o U. Liquidaram o trema e agora a gente tem dúvida se é para não pronunciar.
A resposta é: tanto faz. As duas pronúncias são aceitas, pelo menos no Brasil. Naquela língua estranha que falam em Portugal, no espanhol, no catalão, no italiano, a tendência é que o QU soe como K.
Já aqui a dupla pronúncia é antiquíssima (antikíssima ou anticuíssima, você decide). Claro que ninguém vai ao anticário, mas, se for, pode escolher entre comprar antigüidades ou antiguidades (suponho que as primeiras sejam mais caras, pois a pronúncia é mais velha).
Kestão e cuestão são, portanto, uma questão de gosto. De hábito. Eu digo “pôça d’água”; em Mato Grosso dizem “póça d’água”. Eu digo que algo me dá uma dó danada, porque dó (no feminino) para mim é pena, e no masculino é a nota musical. Pois a gramática insiste em dizer que falo errado, que dó é macho, vem de “dolus”. Eu cresci dizendo rúim, e só depois fiquei sabendo que o bom é dizer ruím.
Se o presidente prefere dizer cuestão, está no direito dele. É um anacronismo, mas o STL (Supremo Tribunal da Língua) não há de condená-lo por isso.
(PS. Nunca briguei tanto com o corretor de texto como neste texto. O desinfeliz corrigia todos os meus tremas, todas as minhas grafias fonéticas. Se eu fosse um escritor sanguinário – ou sangüinário – teria desinstalado o aplicativo, mas isso poderia aumentar o meu coeficiente – ou quoeficiente? – de erros, e abalar a crença de muita gente quanto ao meu quociente – ou cociente? – de inteligência. Deixei quieto. Mas sei que vamos nos estranhar de novo. É cuestão de tempo).
terça-feira, 26 de maio de 2020
Diálogo imaginário por Helio Arakaki
- Mestre, esta tempestade vai passar quando?
- Até quando durar. Aguardemos.
- Mas se continuar vai causar muito estragos na plantação.
- Talvez não haja tanto estragos como você imagina. Aguardemos.
- E se houver?
- Plantamos de novo. Aguardemos.
- Como o senhor consegue manter a tranquilidade?
- Não fazendo o que você faz, me tirando a tranquilidade
com perguntas que só o tempo vai trazer as respostas.
- Está certo, Mestre. Só mais uma pergunta.
Como acalmar essa minha mente impaciente?
- Enquanto a tempestade não passar, observe com atenção onde você está.
Procure ver cada coisa que você tem disponível agora com gratidão.
Você poderia estar desprotegido lá fora. E ore pelos desprotegidos.
E aguarde a tempestade passar no tempo dele e não do seu.
Carpe diem
Carpe diem, quam minimum credula postero,
é uma expressão em latim que significa
“aproveite o dia de hoje e confie o mínimo possível no amanhã”.
A frase foi escrita por Horácio Flaco (65 a.C.- 8 a.C.),
poeta e filósofo da Roma Antiga, no livro “Odes”,
uma das obras mais importantes da literatura universal.
segunda-feira, 25 de maio de 2020
"Quando tudo terminar" por Ana Nunes
Vamos sair com o cabelo
mais comprido e mais branco.
Com as mãos e casas limpas
e roupas antigas.
Com medo e vontade de estar fora.
Com medo e vontade de conhecer alguém.
Vamos sair com os bolsos vazios
e as despensas cheias.
Nós saberemos fazer pão e pizza e aprendemos a não desperdiçar a comida
que pode faltar...
Lembraremos que
um médico ou enfermeiro
deve ser aplaudido,
mais do que um jogador de futebol.
E que o trabalho de um bom professor
não pode ser substituído por uma tela.
E que costurar máscaras, em certos momentos é mais importante do que fazer alta moda.
Que a tecnologia é muito importante,
na verdade vital, quando é bem usada,
mas pode ser prejudicial se alguém quiser usá-la para fins próprios.
E que nem sempre é indispensável entrar no carro e fugir quem sabe para onde...
Vamos sair mais sozinhos,
mas com vontade de estar juntos.
E vamos entender que a vida
é boa porque você vive.
E que somos gotas de um mar.
E que só juntos
conseguiremos sair de certas situações.
Que às vezes o bem ou o mal,
vem de quem você menos espera.
E vamos olhar para o espelho.
E vamos decidir que talvez
o cabelo branco não seja assim tão mau.
E que a vida em família é importante e amassar pão para eles nos faz sentir importantes.
E aprenderemos a ouvir respirações,
os golpes de tosse,
e a olhar nos olhos,
para proteger a quem amamos.
E respeitar algumas regras
básicas de convivência.
Talvez seja assim.
Ou não.
Mas esta manhã,
num dia de outono,
eu quero esperar que tudo seja possível
e que se possa mudar para melhor.
mais comprido e mais branco.
Com as mãos e casas limpas
e roupas antigas.
Com medo e vontade de estar fora.
Com medo e vontade de conhecer alguém.
Vamos sair com os bolsos vazios
e as despensas cheias.
Nós saberemos fazer pão e pizza e aprendemos a não desperdiçar a comida
que pode faltar...
Lembraremos que
um médico ou enfermeiro
deve ser aplaudido,
mais do que um jogador de futebol.
E que o trabalho de um bom professor
não pode ser substituído por uma tela.
E que costurar máscaras, em certos momentos é mais importante do que fazer alta moda.
Que a tecnologia é muito importante,
na verdade vital, quando é bem usada,
mas pode ser prejudicial se alguém quiser usá-la para fins próprios.
E que nem sempre é indispensável entrar no carro e fugir quem sabe para onde...
Vamos sair mais sozinhos,
mas com vontade de estar juntos.
E vamos entender que a vida
é boa porque você vive.
E que somos gotas de um mar.
E que só juntos
conseguiremos sair de certas situações.
Que às vezes o bem ou o mal,
vem de quem você menos espera.
E vamos olhar para o espelho.
E vamos decidir que talvez
o cabelo branco não seja assim tão mau.
E que a vida em família é importante e amassar pão para eles nos faz sentir importantes.
E aprenderemos a ouvir respirações,
os golpes de tosse,
e a olhar nos olhos,
para proteger a quem amamos.
E respeitar algumas regras
básicas de convivência.
Talvez seja assim.
Ou não.
Mas esta manhã,
num dia de outono,
eu quero esperar que tudo seja possível
e que se possa mudar para melhor.
Idade de ser feliz por Mário Quintana
Existe somente uma idade para a gente ser feliz,
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-los
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.
Uma só idade para a gente se encantar com a vida
e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo nem culpa de sentir prazer.
Fase dourada
em que a gente pode criar e recriar a vida
à nossa própria imagem e semelhança
e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores
e entregar-se a todos os amores
sem preconceito, nem pudor.
Tempo de entusiasmo e coragem
em que todo desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta
com toda disposição de tentar algo novo,
de novo e de novo,
e quantas vezes for preciso.
Essa idade tão fugaz na vida da gente
chama-se PRESENTE
e tem a duração do instante que passa...
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-los
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.
Uma só idade para a gente se encantar com a vida
e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo nem culpa de sentir prazer.
Fase dourada
em que a gente pode criar e recriar a vida
à nossa própria imagem e semelhança
e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores
e entregar-se a todos os amores
sem preconceito, nem pudor.
Tempo de entusiasmo e coragem
em que todo desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta
com toda disposição de tentar algo novo,
de novo e de novo,
e quantas vezes for preciso.
Essa idade tão fugaz na vida da gente
chama-se PRESENTE
e tem a duração do instante que passa...
domingo, 24 de maio de 2020
Maio - Mês dedicado a Nossa Senhora
Conta-se que São Pedro, muito preocupado ao notar a presença de algumas almas que ele não se lembrava de tê-las deixado entrar no Céu, começou a investigar e encontrou um lugar por onde elas entravam.
Dirigiu-se então até o Senhor e Lhe disse: - “Senhor Jesus, observei que temos aqui algumas almas que não me lembro de ter-lhes aberto as portas para que passassem a desfrutar da felicidade eterna. Fiz algumas investigações e achei um vão por onde elas entram. Queria que o Senhor mesmo visse...
Jesus aceitou acompanhá-lo e viu que desse vão descoberto se pendurava, vindo da Terra, um imenso Rosário, por onde constantemente subiam muitas almas. Alarmado, disse São Pedro: “Creio, Senhor, que devemos fechar essa entrada!”
“Não, não...” - respondeu-lhe Jesus – “Deixe assim... Isso são coisas da minha Mãe”...
Eiii...
A vida é esse relógio de ponta cabeça, que vira e mexe anda pra trás.
O tempo move o pensamento e o faz dar marcha a ré.
Você volta aonde não quer. Você relembra o que não aconteceu.
Você tenta reviver aquilo que não viveu.
Tenta encontrar-se onde nunca se perdeu.
A vida passa tão depressa e você nessa bobagem de esperar.
Para com isso!
Os dias passam e você está sempre falando “hoje não", “espera mais um pouco”, “agora não dá”.
E a vida passa.
O tempo atravessa a vida como uma flecha e nessa pressa desenfreada
de rotinas tumultuadas é a sua vida que vai sendo alvejada.
E você sempre arrumando desculpas pra tudo.
Foi o tempo que fechou, o dinheiro que acabou.
São inúmeras as oportunidades que joga fora.
Viver não pode ser compromissos em agendas.
Deixa a vida chegar de surpresa.
Não espere tua história vir pronta.
Você precisa ter a consciência de que nada é eterno.
A vida é fogo.
Um dia queima e aquece, outro esfria e apaga.
Uma coleção de decisões que você toma, das palavras doces que fala, das coisas boas
que escuta, das frases duras que te engasgam e das porcarias que guarda.
A vida é o que você leva e o que deixa no passado.
Saudade é uma coisa estranha, faz você relembrar de dois passados:
Um que chegou a viver e outro, onde sente falta do que nunca aconteceu.
O ontem pode até ser seu, mas o seu amanhã só pertence a Deus.
Tenha teus sonhos, mas saiba que o tempo passa e a única coisa impossível
é aquilo que você nem tenta.
LEVANTA!
sábado, 23 de maio de 2020
Vamos cuidar de nossas crianças e adolescentes...
A proteção da infância e da juventude é uma bandeira histórica do Serviço Social brasileiro. Na semana marcada pelo Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes (18/5), o Relatório do Disque 100 apontou que, em 2019, no Brasil, foram registrados quase 10 mil casos desse tipo de violência. O número de casos pode ser ainda maior em 2020, em razão da pandemia da Covid-19, como aponta outro relatório, dessa vez da ONG internacional Visão Mundial. Isso porque os dados revelam que a maior parte dos casos de violência sexual ocorre na casa da vítima ou do agressor.
Mensagem de Chico Xavier
"Muitos estão sendo recolhidos por não estarem prontos
para uma era de fraternidade e perdão maior.
Alguns precisam ir para retornar e nos ajudar na nova fase....
Estamos vivendo uma fase de limpeza, muitos desencarnes coletivos estão ocorrendo.
Muitas pessoas estão sentindo a necessidade de buscar mais a natureza
e sair do stress das grandes cidades e empresas.
Muitos estão se conectando de forma muito mais forte com animais e
sentindo uma vontade imensa de mais amor fraterno e praticar mais esse amor.
Muitos estão tendo dores de cabeça, dores nas costas, estão sensíveis "choro fácil",
se sentindo deslocados e até com insônia mas,
com tudo isso, sentem que tem algo bom chegando...
Essas pessoas estão sensíveis porque de certa forma fazem parte
desta nova fase na Terra.
Estamos sendo trabalhados pela espiritualidade para expansão mental,
saindo dos sentimentos de terceira dimensão para irmos
para quarta ou quinta dimensão, conforme a evolução de cada um.
Infelizmente muitos não irão neste momento conseguir praticar o perdão,
ter conexão com a natureza com facilidade... Esses irmãos,
se não forem recolhidos para colônias de padrão vibracional igual ao deles,
ficarão aqui em verdadeiro caos existencial, se sentindo revoltados, tristes e etc.
Esses irmãos se ficarem ou partirem, terão a misericórdia divina sempre
para buscarem luz e amor, porém somente quem se permitir a prática
da gratidão, amor fraternal e perdão... poderá receber as graças da nova era.
Aos observarem tragédias, orem, vibrem por todos mas,
jamais se esqueçam que mesmo doendo,
jamais cairá uma folha sem que Deus permita.
De todo coração, vibrem diariamente por luz, amor e perdão.
Evitem estar com pessoas de pensamentos negativos.
Não assistam programas de fofoca, jornais que mostram tragédias.
Se afastem de qualquer sentimento contrário ao amor fraterno.
Vibrem pela chegada da Nova Era e sejam gratos por estar aqui... é merecimento!"
Quanta sabedoria... Elena Mikhalkova
"A minha avó uma vez me deu uma dica:
Nos tempos difíceis, você segue em frente em pequenos passos.
Faça o que tem que fazer, mas pouco a pouco.
Nāo pense no futuro, ou no que pode acontecer amanhā.
Lave a louça.
Remova o pó.
Escreve uma carta.
Faça uma sopa.
Vê?
Você está avançando passo a passo.
Dê um passo e pare.
Descansa um pouco.
Elogie a você mesma.
Dê mais um passo.
Depois outro.
Você nāo vai notar, mas os seus passos vāo crescer cada vez mais.
E chegará a hora em que você poderá pensar no futuro sem chorar".
Nos tempos difíceis, você segue em frente em pequenos passos.
Faça o que tem que fazer, mas pouco a pouco.
Nāo pense no futuro, ou no que pode acontecer amanhā.
Lave a louça.
Remova o pó.
Escreve uma carta.
Faça uma sopa.
Vê?
Você está avançando passo a passo.
Dê um passo e pare.
Descansa um pouco.
Elogie a você mesma.
Dê mais um passo.
Depois outro.
Você nāo vai notar, mas os seus passos vāo crescer cada vez mais.
E chegará a hora em que você poderá pensar no futuro sem chorar".
sexta-feira, 22 de maio de 2020
Abolição
Em 4 de setembro de 1850, foi assinada a Lei Eusébio de Queirós,
que proibiu a entrada de navios negreiros vindos da África.
Somente 38 anos depois, em 1888, foi decretado definitivamente
o fim da escravidão, por meio da Lei Áurea.
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