terça-feira, 18 de setembro de 2018

Conceição Evaristo é tema de encontro do Leia Mulheres Joinville e Projeto Folhetim


NOVA DATA E LOCAL: domingo, 30 de setembro na Casa Iririú (Rua Guaíra, 634)

No dia 29 de setembro, das 15h às 17h30, o galpão da Associação Joinvilense de Teatro - Ajote (Rua XV de Novembro, 1383, bairro América, anexo à Cidadela Cultural Antarctica) sedia um encontro especial sobre a autora brasileira Conceição Evaristo. O clube de leitura Leia Mulheres Joinville – que propõe ações para inclusão da presença da mulher no mercado editorial, com a leitura e debate mensais sobre obras escritas por elas – irá debater o livro “Olhos D’água” (2014). A mediação do grupo é feita pela jornalista Marcela Güther. A entrada é gratuita.

O encontro terá participação especial do Projeto Folhetim, para a realização de leituras dramáticas dos contos “Maria” e “Quantos filhos Natalina teve?”. O projeto, que atua desde 2015 na cidade, tem como objetivo proporcionar espaços de escuta e discussão a partir de leituras dirigidas e dramáticas de textos literários. É uma ação do projeto de extensão do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC Campus Joinville), e conta com a coordenação do professor de língua portuguesa da instituição, Samuel Kühn.

SOBRE O LIVRO

Em “Olhos d’água”, Conceição Evaristo ajusta o foco de seu interesse na população afro-brasileira abordando, sem meias palavras, a pobreza e a violência urbana que a acometem. Sem sentimentalismos, mas sempre incorporando a tessitura poética à ficção, seus contos apresentam uma significativa galeria de mulheres: Ana Davenga, a mendiga Duzu-Querença, Natalina, Luamanda, Cida, a menina Zaíta. Ou serão todas a mesma mulher, captada e recriada no caleidoscópio da literatura em variados instantâneos da vida?

No livro, estão presentes mães, muitas mães. E também filhas, avós, amantes, homens e mulheres – todos evocados em seus vínculos e dilemas sociais, sexuais, existenciais, numa pluralidade e vulnerabilidade que constituem a humana condição. Sem quaisquer idealizações, são aqui recriadas com firmeza e talento as duras condições enfrentadas pela comunidade afro-brasileira.

Conceição Evaristo nasceu numa favela da zona sul de Belo Horizonte. Teve que conciliar os estudos com o trabalho como empregada doméstica, até concluir o curso Normal, em 1971, já aos 25 anos. Mudou-se então para o Rio de Janeiro, onde passou num concurso público para o magistério e estudou Letras na UFRJ. Na década de 1980, entrou em contato com o Grupo Quilombhoje. Estreou na literatura em 1990, com obras publicadas na série “Cadernos Negros”, publicada pela organização.

É Mestra em Literatura Brasileira pela PUC-Rio, e Doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense. Suas obras, em especial o romance “Ponciá Vicêncio”, de 2003, abordam temas como a discriminação racial, de gênero e de classe. A obra foi traduzida para o inglês e publicada nos Estados Unidos em 2007.