segunda-feira, 2 de março de 2020

Jung

“Era noite, em algum lugar desconhecido, e eu avançava com muita dificuldade contra uma forte tempestade. Havia um denso nevoeiro. 

Eu segurava e protegia com as mãos uma pequena luz que ameaçava extinguir-se a qualquer momento. 
Eu sentia que precisava mantê-la acesa, pois tudo dependia disso.

De súbito, tive a sensação de que estava sendo seguido. 
Olhei para trás e percebi uma gigantesca forma escura seguindo meus passos.

Mas no mesmo instante tive consciência, apesar do meu terror, de que eu precisava atravessar a noite 
e o vento com a minha pequena luz, sem levar em conta perigo algum.

Ao acordar, percebi de imediato que havia sonhado com a minha própria sombra, 
projetada no nevoeiro pela pequena luz que eu carregava. 
Entendi que essa pequena luz era a minha consciência, a única luz que possuo. 
Embora infinitamente pequena e frágil em comparação com os poderes das trevas,
ela ainda é uma luz, a minha única luz.”