Emoção, reflexão, questionamentos, relações humanas, conflitos, risos e transformação são alguns dos elementos que estão emocionando o público no espetáculo "O Vendedor de Sonhos" após realizar uma turnê de sucesso que completou em julho de 2019, um ano por palcos de todo o país. A peça, baseada no best-seller homônimo do escritor Augusto Cury, traz em sua bagagem excelentes críticas recebidas em mais de 60 apresentações espalhadas por cerca de 45 cidades do Brasil, com uma plateia superior a 50 mil pessoas, até agora. "A peça teatral 'O Vendedor de Sonhos' não apenas vai levar ao riso intenso, mas também às lágrimas (ainda que elas não sejam encenadas no teatro do rosto, serão vivenciadas certamente no território da emoção). É uma peça teatral que vai impactar profundamente quem a assistir", promete Cury, que, ao lado de Cristiane Natale e Erikah Barbin, adaptou o texto para a linguagem do teatro. Em cena, os atores Luiz Amorim e Mateus Carrieri protagonizam essa comovente história, com um elenco de primeira, sob a direção de Cristiane Natale.
O livro "O Vendedor de Sonhos" é o romance mais vendido do escritor - traduzido em mais de 60 idiomas e que também virou filme - e é sua primeira obra a receber uma versão teatral. O que traz enorme satisfação ao autor. "Ver os atores participando, vivenciando os personagens que eu construí nas mais diversas situações estressantes em que eles passaram, e levando o espectador a fazer uma viagem para dentro de si mesmo para encontrar o mais importante endereço que poucos encontram, o endereço em sua própria mente, é de fato um grande prazer. Eu acredito que várias pessoas que assistirem perceberão que vale a pena viver a vida mesmo quando o mundo desaba sobre nós. Vale a pena conferir", convida Cury, médico psiquiatra e considerado o autor mais lido da década.
A trama conta a história do personagem Júlio César (Mateus Carrieri), que tenta o suicídio e é impedido de cometer o ato final por intermédio de um mendigo, o Mestre (Luiz Amorim), que lhe vende uma vírgula, para que continue a escrever a sua história. Juntos encontram Bartolomeu, um bêbado boa-praça que decide unir-se a eles na missão de vender sonhos e de despertar a sociedade doente. Mas a revelação de um passado conflituoso do Mestre pode destroçar a grande missão do Vendedor de Sonhos.
Essa trama vem atingindo em cheio os espectadores, que se identificam com os temas tratados e, muitas vezes, emocionam-se, como conta a diretora Cristiane Natale. "Creio que o papel da arte seja além da diversão e de alguma forma plantar pelo menos uma semente, e quando assistimos uma cena ou outra que entra em concordância com o que sentimos nos emocionamos, porque é exatamente o que gostaríamos de fazer ou falar. Durante o espetáculo vemos muitas pessoas às lágrimas. Elas saem gratas. Porque percebem que muitos compartilham das mesmas dores". Para ela, a correria no dia a dia acaba reprimindo a demonstração dos sentimentos, principalmente os medos. "Muitas pessoas não conseguem lidar com desafios e fracassos e acabam por viver um caos emocional", enfatiza ela.
Para Luiz Amorim, que interpreta o Mestre, o texto tem uma função além da literatura. "É uma história muito humana, bonita, que nos traz identificação. Propõe uma reflexão, instiga pensamentos. As pessoas riem, se emocionam e saem com um ponto de interrogação na cabeça. Tudo isso me atrai bastante no texto", diz ele, que esmiúça o seu personagem, o Vendedor de Sonhos: "Ele é riquíssimo, um homem que passou por muitas experiências, traumas na vida e desafios. Ele propõe caminhos que transformam a vida das pessoas. Você pode mudar o mundo através de sua própria mudança. "
Mais que entreter, "O Vendedor de Sonhos" propõe um papel do teatro transformador, e essa mistura de diversão com reflexão vem provocando mudanças, de fato, na vida de quem assiste, segundo relatos do elenco e de sua equipe. "A recepção do público é maravilhosa porque sentimentos que foi estabelecida a comunicação. E essa relação o público demonstra na reação, quando as pessoas contam suas experiências e como a peça, de alguma forma, modificou a vida delas", conta Amorim, que coleciona em sua carreira grandes trabalhos, como as peças “Deus lhe pague" e "Sete minutos", com Bibi Ferreira; o musical "Di repente", com o Grupo Luz e Ribalta; entre outros. Além de passagens pela TV, como nas novelas "Chiquititas" e "Maria do Bairro" (SBT); e no cinema, em “Corda bamba" e "Sábado". E é jurado dos Prêmios Shell e Bibi Ferreira de Teatro.
Na pele de Julio César, Mateus Carrieri vem encarando um desafio. "Fazer esse texto, carro-chefe do Augusto Cury, me encanta. E é um desafio porque muitos espectadores vão assistir à peça já tendo lido o livro. É uma responsabilidade", acredita ele, que interpreta o personagem que tenta se matar. "A peça começa com ele tentando o suicídio e a sua jornada com o Vendedor de Sonhos, como ele desiste dessa ideia e por que ele chegou nesse auge do desespero de tentar colocar um ponto final em sua existência. É um personagem que tem muitos problemas que afligem o homem moderno: a ansiedade, depressão, tristeza profunda e a tentativa de suicídio, que são males que assolam o nosso tempo. São temas que o Augusto Cury trata com maestria e eu estou muito feliz ", pontua.
Carrieri confessa que o texto mexeu com sua vida. "É claro que a gente leva para a nossa vida, refletindo sobre o que está dizendo no palco. Acho que é o pulo do gato da obra do Augusto Cury: fazer a gente refletir e tentar melhorar", frisa ele, que na telinha fez "Amor com amor se paga", "De quina pra lua" e "Salomé" (Globo); "Chiquititas" (SBT); e "Louca paixão" e "Estrela de fogo" (Record); e no teatro, por quatro anos atuou no Centro de Pesquisa Teatral (CPT), com Antunes Filho, em "Nossa cidade", que ganhou o Prêmio APCA, em 2013, como melhor espetáculo.
O vendedor de sonhos - Dia: 07 de setembro às 20h / Classificação: 14 anos - Duração: 70 minutos - Teatro CNEC