"Ainda que eu falasse, a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria
É só o amor! É só o amor, que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal, não sente inveja ou se envaidece
O amor é o fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer
Ainda que eu falasse, a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria
É um não querer mais que bem querer, é solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente, é cuidar que se ganha em se perder
É um estar-se preso por vontade, é servir a quem vence, o vencedor
É um ter com quem nos mata a lealdade, tão contrário a si é o mesmo amor
Estou acordado e todos dormem. Todos dormem. Todos dormem
Agora vejo em parte, mas então veremos face a face
É só o amor! É só o amor, que conhece o que é verdade
Ainda que eu falasse, a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria"