sábado, 24 de novembro de 2018

Hoje... Leia Mulheres no SESC e gratuito

Clube de leitura discute obra da escritora ruandesa Scholastique Mukasonga

Neste dia 24 de novembro, o clube de leitura Leia Mulheres Joinville irá discutir o livro “A mulher de pés descalços”, da escritora ruandesa Scholastique Mukasonga, uma das principais atrações da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), de 2017. O encontro do grupo – que tem como objetivo propor ações para inclusão da presença da mulher no mercado editorial, acontece na biblioteca do SESC Joinville (Rua Itaiopolis, 470 - América), às 15h. Com caráter itinerante, o clube contempla, a cada mês, centros culturais e alternativos da cidade. A mediação é feita pela jornalista Marcela Güther. A entrada é gratuita.

O romance “A mulher de pés descalços” foi escrito em memória de Stefania, a mãe da escritora Scholastique Mukasonga, assassinada pelos hutus, durante a guerra civil de Ruanda. Às lembranças de um paraíso perdido, onde Stefania era uma senhora alegre e casamenteira, que dava conselhos às moças em torno do amor e da vida matrimonial, mesclam-se imagens terríveis, como o medo constante e busca de esconderijos seguros para salvar seus filhos do extermínio. O livro trata de maneira pungente dos conflitos enfrentados pelas mulheres na Ruanda das lutas fratricidas entre as etnias Tutsi e Hutu, que culminaram com o ominoso genocídio praticado pelos hutus em 1994. 

Nascida em 1956, Scholastique Mukasonga conviveu, desde a infância, com a violência e a discriminação oriundas dos conflitos étnicos em seu país. Em 1960, sua família foi forçada a ir viver em Bugeresa, uma das áreas mais pobres e inóspitas de Ruanda. Anos depois, Mukasonga foi forçada a deixar a escola de serviço social em Butare e ir viver em Burundi. Dois anos antes do genocídio em Ruanda, em que Mukasonga perdeu 37 familiares, ela mudou-se para a França, onde vive até hoje. Além de “A mulher de pés descalços”, a autora já escreveu mais de treze livros, entre eles: “Nossa Senhora do Nilo” (2010), “Baratas” (2006) e “Ce que murmurent les collines” (2014, sem tradução para o português). 

SOBRE O LEIA MULHERES

O #LeiaMulheres é inspirado no #readwomen2014, projeto-manifesto criado pela escritora e ilustradora britânica Joanna Walsh. A ideia por trás da hashtag tem a ver com uma luta cada vez mais compartilhada de empoderar mulheres escritoras que sobrevivem a um mercado editorial com preponderância de vozes masculinas. No Brasil, o movimento, criado em São Paulo há cerca de três anos, já abrange mais de 100 cidades, sendo cinco catarinenses: além de Joinville, há clubes de leitura de autoras mulheres em Florianópolis, Blumenau, Lages e São José.