Esperanto é uma língua neutra internacional, criada para ser uma língua-ponte entre as diversas culturas do mundo; uma facilitadora da comunicação entre pessoas de todos os países. Com 60% do vocabulário inspirado nas línguas latinas (português, espanhol, francês, italiano, etc), é muito rápido e fácil decorá-la. Se, além do português, a pessoa fala inglês e arranha espanhol, ou talvez um francês, aprenderá Esperanto ainda mais depressa. Ela tem 30% do vocabulário derivado de línguas anglo-saxônicas, 10% de línguas eslavas e, a gramática segue a linha lógica das gramáticas orientais.
O Esperanto foi criado para ser poeticamente bonito, gramaticalmente completo e, ao mesmo tempo, fácil de aprender. São apenas 16 regras básicas, sem as temidas exceções gramaticais das outras línguas. A pronúncia é regular: no Esperanto, cada letra tem um único som; cada som tem apenas uma letra para representá-lo.
O Esperanto, hoje, tem mais de dois milhões de falantes espalhados por todos os países do mundo; um avanço muito rápido para uma grande ideia que tem pouco mais de 100 anos. Desde sua criação, em 1887, nunca parou de crescer, apesar da dura perseguição que sofreu e ainda sofre da imprensa, do lobby de línguas nacionais com pretensões internacionais (francês, inglês) e de gente como Hitler, Stalin e Franco, que eliminaram (com gosto) milhares de esperantistas por terem a mania perigosíssima de se comunicarem com pessoas para além de suas fronteiras.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o nome Zamenhof (sobrenome do criador do Esperanto, Ludwik Lejzer Zamenhof) virou atestado de morte. Toda sua família foi executada ou morreu em campos de concentração, tendo sido uma das principais famílias a serem especificamente caçadas pelas tropas nazistas na Polônia. Apenas um neto sobreviveu, escapando do ghetto de Varsóvia e trocando de nome. O próprio Ludwik, no entanto, já havia morrido no começo da Primeira Guerra Mundial, deprimido por ver o mundo inteiro entrar em guerra - algo que ele, definitivamente, não esperava e não aguentou assistir.
Apesar de toda a perseguição ao longo de sua curta história, o Esperanto é hoje uma das 20 línguas mais usadas na Internet, superando o árabe em número de artigos na Wikipedia: mais de 150 mil. Tanto a comunidade virtual como a real é extremamente ativa, com trocas culturais ocorrendo todos os dias, em todas as partes do mundo. Dezenas de milhares de livros já foram traduzidos ou escritos direto em Esperanto (centenas de clássicos da literatura mundial, alguns nunca traduzidos para o português - outros nunca traduzidos para o inglês) e, anualmente, circulam centenas de revistas e jornais em Esperanto pelo mundo todo. A música não fica de lado, com centenas de bandas multiculturais fazendo sucesso mundo afora.
A UNESCO, em duas resoluções, já recomendou o ensino do Esperanto nas escolas de seus países membros. O governo chinês apoia o Esperanto, tem telejornal e rádio na língua e até um curso de Pós-Graduação. Para eles, o inglês é uma língua complicada demais e quase impossível de pronunciar. Eles tentam, até porque é a "língua do mercado" atual, mas acham vantajoso apoiar o Esperanto, que é neutro e não dá vantagens indevidas ao povo de qualquer outra nação. Já na Hungria, os vestibulandos já podem escolher Esperanto como prova de língua "estrangeira".
O Brasil não ficou de fora; está prestes a aprovar uma lei que tornaria facultativo o ensino do Esperanto nas escolas, algo super positivo para as crianças brasileiras, já que estudos científicos pelo mundo demonstraram que o Esperanto estimula o raciocínio lógico em seus alunos, diminuindo o número de anos que levam para aprender outras línguas e aumentando as notas em todas as matérias escolares das crianças que participaram nos estudos.
FONTE: Renata Ventura (Facebook)