Priscila Andreza de Souza escreve desde os 11 anos. Aos 25, tem o primeiro livro publicado.
“Expectativas” será lançado oficialmente no dia 27 de março
Priscila conta que, quando criança, começou a ler gibis da Turma da Mônica e, mais tarde, a série Vagalume, conhecendo os romances policiais da escritora Stella Car. “Eu me apaixonei à primeira vista pelas histórias dela. Foi uma grande influência para mim. Além disso, tenho todos os livros dela”, afirma. Depois de se interessar pelas crônicas da jornalista e escritora Martha Medeiros, Priscila começou a escrever as próprias. “A Martha Medeiros é um ícone da literatura para mim, é uma ‘diva’”, comenta. Em folhas avulsas, documentos do Word, diários, agendas, um blog, ou onde a criatividade e as palavras pudessem ser eternizadas. Foi assim que a escritora e estudante de Jornalismo do Bom Jesus/Ielusc, Priscila Andreza de Souza, descobriu sua paixão por escrever. Com apenas 11 anos de idade fez a primeira história e, dois anos depois, produziu um romance policial. Em 2014, aos 25 anos, ela possui 29 crônicas publicadas no livro “Expectativas”, contemplado pelo Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (Simdec) no ano passado. O livro aborda assuntos relacionados à nostalgia, perdas, amores, e preconceito, com foco no amadurecimento.
Em 2009, com 21 anos, a escritora criou um blog: “Mais um blog da Pri”, com o objetivo de arquivar os textos. “Sempre fui muito desorganizada, então, escrevia em folhas avulsas, cadernos, e acabava perdendo. Então, a ideia do blog surgiu por isso, era uma forma de os textos ficarem guardados”, afirma Priscila. Além disso, ela conta que a página foi criada também com o intuito de ser um “refúgio”, pois, na época, ela havia se mudado para Florianópolis para cursar Artes Cênicas. “Com a ideia de me ajudar a permanecer na cidade, pois sempre fui muito tímida e, além disso, eu me mudei sozinha, tinha muito medo de não dar conta e voltar por não ter me adaptado à cidade. O blog colaborou com isso.”
A escritora afirma que, no começo, tinha dúvidas quanto à qualidade do conteúdo que produzia. “Eu ficava muito insegura. Acho que escritor tem muito disso, ele nunca acha que está preparado, nunca sabe quando realmente está”, considera. Por este motivo, ela publicava textos a cada quatro meses, ou quando estava inspirada. “Eu não divulgava no início, tinha medo, vergonha. Sempre me perguntava: será que está bom?”, conta. No ano passado, ela começou a divulgar os textos nas redes sociais, que, para sua surpresa, receberam muito retorno. “Um dia, copiei um dos textos do blog, postei no Facebook e fui tomar banho. Quando voltei, a publicação tinha mais de 50 curtidas. Foi uma surpresa. Então comecei a escrever e postar com mais frequência.”, diz. Os assuntos abordados na página são variados, como dia a dia, comportamento, atualidade e sentimentos. “Foi por meio do blog que descobri que a escrita pra mim é muito mais que um hobby. É uma necessidade.”
Foto: Reprodução. www.priscilaandreza.com.br
Conforme Priscila, a ideia do livro surgiu quando ela soube do Simdec “Minha amiga e escritora, Vanessa Bencz, que fez o prefácio do meu livro, foi quem falou para eu publicar os textos, que estavam bons”, conta. Priscila inscreveu o projeto, que ficou em sétimo lugar. “A verba concedida pelo Sistema era somente para quatro livros, mas como sobrou dinheiro em outras categorias, eles utilizaram para escrever meu livro”, comenta a estudante. Segundo Priscila, foram feitos mil exemplares. 150 a escritora vai distribuir nas escolas públicas de Joinville. “Estou fazendo a pré-venda dele pela internet, através do blog. Já vendi cerca de 20 exemplares desta forma e, pessoalmente, vendi aproximadamente 200.”
A estudante afirma que participou de todo o processo de criação do livro, desde a capa até as páginas internas. “Eu dei a ideia da capa para o designer e ilustrou. E ficou a minha ‘cara’, como eu queria mesmo”, diz. “Eu queria que ele fosse feito do meu jeito. Então, eu pensei em cada detalhe. Eu acho que um livro se torna um filho, com todo o cuidado que temos para prepará-lo.”
Priscila diz que pretende escrever mais um livro quando puder. “Meu sonho sempre foi fazer um romance, pois acho que o gênero é mais valorizado. E, também, é o que mais gosto de ler”, comenta. “Se pudesse, queria viver somente escrevendo, fazendo colunas. Sou muito mais escritora que jornalista.”
A obra será oficialmente lançada no dia 27 de março, na Livrarias Curitiba, no Shopping Mueller, às 19h. A escritora diz que escolheu o local, por achá-lo mais conveniente para o evento. “A livraria tem 30% nas vendas, mas eu quero lançar um livro como um ‘escritor de verdade’”, afirma. “Tenho muitas expectativas para este dia, pois vai ser o momento de ‘sair’ do computador e me mostrar, conhecer os leitores. Estou bem animada para conversar com as pessoas e contar um pouco sobre minha escrita.”