sexta-feira, 24 de maio de 2019

Reflexão

Imagine estas cenas...

Seu filho não quer comer e você diz "Se você não comer, mamãe vai ficar triste". Ele não quer fazer a atividade na sala de aula e a professora diz "Se você não fizer a atividade, papai vai ficar triste". Ele não quer dormir e você diz "Se você não dormir, papai do céu vai ficar triste". O que tem demais nessas frases? Antes de tudo, precisamos explicar os reais motivos pelos quais nossos filhos devem agir de uma forma ou outra.

Seu filho não tem que comer pra que você fique feliz, pra te agradar, mas sim pra não sentir fome, ou pra ter uma saúde melhor. Ele não tem que fazer a atividade da escola pro papai ficar feliz, mas sim pra que possa aprender. Ele não tem que dormir pro papai do céu não ficar triste, mas sim pra descansar o corpo, repor as energias. 

Se o seu filho te bate, você pode dizer que bater dói e aí sim dizer que você ficou triste. Há uma relação direta com o comportamento de bater, com a empatia, com o respeito pelo corpo do outro.

As crianças querem se sentir aceitas, pertencentes e não gostam de ver os pais tristes, então, os adultos acabam usando esse argumento com a intenção (indiretamente) de que elas se sintam culpadas e modifiquem os comportamentos. Só que esse tipo de fala pode prejudicar o desenvolvimento emocional do seu filho, que pode passar a fazer tudo "pra agradar aos outros". Seu filho pode passar a se responsabilizar por aquilo que os outros sentem. "Deixei meu pai triste!", "deixei papai do céu triste", quando na verdade o "ficar triste" depende da forma de pensar de cada um. A forma como eu encaro as situações é que vai me gerar tristeza ou não.

Procure sempre explicar os reais motivos pro seu filho, sem ficar desviando por outros caminhos. Podemos falar dos nossos sentimentos desde que haja relação com os comportamentos dele. Não faça seu filho carregar o que não é dele e viver sempre preocupado em agradar os outros.

Texto Éllen Shumiski