E se alguém te contasse que tudo vai passar? O cansaço, as noites mal dormidas, o intestino preso do bebê, a falta de tempo pras amigas. Se te contassem que os choros, as tosses, a febre, as manhas e as batidas na porta do banheiro ocupado, vão passar? Se te afirmassem que passaria também a dor nas costas de carregar peso no colo pra ninar, a sujeirada da comida aprendendo a entrar, o xixi aprendendo a sair? Se te jurassem que vai passar também as brigas por nada e por tudo, os "não quero", "não como", "não sei"?
Você se apegaria menos a eles? Olharia para tudo como uma nuvem passageira que cria sombra naquilo que mais importa e que também se vai como uma estrela cadente?
Porque os sorrisos das bobeiras, as mãos que te procuraram pra sonhar, a escapada para a cama no meio da noite, o pedido de uma história a mais pra contar, tudo isso também vai passar. Os encantos com as mútuas descobertas, o te procurar para todas as respostas, o cheirinho de sono no seu colo por longas horas? Sim, eles também vão passar. E quando o tempo correr e deixar tudo isso pra trás, do que você vai lembrar?
Você vai guardar aquilo que te fez feliz, então talvez, só talvez, a gente consiga se concentrar no que vivemos de amor no dia a dia. E o resto? Ah, esse resto faz parte da arte, mas esse a gente deixa que passe. Porque quando tudo isso passar, o que fica é a saudade daquilo que vivemos. Então vamos fazer memórias, criar risadas, adicionar leveza. Para que tudo isso nos ajude a enxergar o sol da real maternidade atrás da nuvem das dificuldades. Porque maternidade não é sofrimento, é amor compartilhado, daqueles que ficam pra semente. Maternidade, como tudo na vida, é a escolha diária de querer ser feliz.
Fonte: Entre Fraldas e blush