No dia 26 de agosto, acontecerá o segundo encontro do clube de leitura Leia Mulheres em Joinville, no SESC, a partir das 15h. O livro proposto para debate é “A arte de pedir”, da cantora, compositora, ícone indie e feminista Amanda Palmer. A mediação ficará por conta das jornalistas Karoline Lopes, Marcela Güther e Naiara Larsen. A entrada é gratuita.
Amanda Palmer é um retrato perfeito da boa conexão entre o artista e seu público. Após desligar-se de sua gravadora, recorreu ao então recém-lançado Kickstarter, site de financiamento coletivo, para conclamar os fãs a colaborar financeiramente para a produção do próximo álbum de sua banda. O projeto arrecadou mais de 1 milhão de dólares, recorde que chamou atenção tanto da imprensa como da indústria fonográfica. Desse episódio, surgiu o convite para uma celebrada palestra nos TED Talks. O tema - saber pedir. Desdobramento inevitável da palestra homônima, o livro “A arte de pedir” trata essencialmente de recorrer ao outro, sem temor, sem vergonha e sem reservas. O livro é uma provocação bem-vinda e urgente, que incita o leitor a superar seus medos e admitir o valor de precisar e doar ajuda, sempre.
O #LeiaMulheres é um clube de leitura brasileiro inspirado no #readwomen2014, projeto-manifesto criado pela escritora e ilustradora britânica Joanna Walsh. A ideia por trás da hashtag tem a ver com uma luta cada vez mais compartilhada de empoderar mulheres escritoras que sobrevivem a um mercado editorial com preponderância de vozes masculinas. Pioneiras no Brasil, a consultora de marketing Juliana Gomes, a jornalista Juliana Leuenroth e a transcritora Michelle Henriques iniciaram o clube de leitura em São Paulo,em 2015. Depois disso mais 50 cidades já fazem parte do projeto.
Em entrevista à Revista Língua, a precursora do movimento, Joanna Walsh, afirma que "escritoras são, a maior parte do tempo, julgadas pela sua aparência, em vez de serem julgadas pela qualidade de sua escrita. Aos escritores, em entrevistas, é perguntado o que pensam, enquanto às mulheres é perguntado o que sentem". Claire Messud, falando sobre seu livro, "The Woman Upstairs", diz haver percebido que, pelos julgamentos feitos à sua obra, "é totalmente inaceitável para uma mulher ter raiva", avaliando positivamente a repercussão tida pela sua hashtag, que foi copiada em diversos idiomas, aumentando a visibilidade das mulheres no mercado editorial.
O #LeiaMulheres faz parte de uma série de ações para inclusão da presença da mulher no mercado editorial como autoras, mediadores, editoras que façam parte da cadeia do livro como um todo.