"A meditação, pois, não é um "processo" de "saber meditar", de se ser ensinado a meditar; isso é completamente infantil, pois daí provém hábito, e todo hábito torna a mente embotada. Aprisionada em seu próprio condicionamento poderá a mente ter visões do Cristo ou dos deuses indianos, ou do que quer que seja, mas, sem dúvida está condicionada. O cristão só pode ter visões do Cristo, e o hindu só pode ter visões dos seus deuses prediletos. A mente meditativa não é imaginativa; portanto, não tem visões."
Quando a mente está verdadeiramente tranqüila, portanto, ativa e livre, e não se está importando com a comunicação, a expressão, a realização - é então que há criação. Essa criação não é uma visão. Os cristãos têm visões do Cristo; e os hinduístas têm igualmente visões de seus pequenos deuses ou grandes deuses. Estão reagindo de acordo com o seu condicionamento; estão projetando suas visões, e o que eles vêem nasce de seu próprio fundo (background); o que vêem não é o fato, porém coisa "projetada" de seus desejos, ânsias, esperanças. Mas a mente atenta e silenciosa não tem visões, porque se libertou de todo o seu condicionamento. Destarte, essa mente sabe o que é criação - que é coisa bem diferente da chamada "ação criadora" do músico, do pintor, do poeta."
Krishnamurti