sábado, 31 de outubro de 2015

Compostagem: vamos devolver algo ao solo?

Em 28% das terras agrícolas do mundo estão crescendo alimentos que serão jogados no lixo - Um dos principais objetivos do Ano Internacional do Solo é aumentar a consciência sobre a importância dos solos para a segurança alimentar e a nutrição. Mas que ações podemos por em prática para salvaguardar nossos solos e garantir um futuro sustentável e segurança alimentar?

A cada ano, um terço dos alimentos que produzimos é desperdiçado. Isso não somente leva a grandes perdas econômicas, como também gera o desperdício de recursos naturais utilizados para o cultivo, processamento, embalagem, transporte e comercialização de nosso alimentos, e ao aumento, em vão, das emissões de gases de efeito estufa.

Como o desperdício de alimentos impacta nos nossos solos e na sustentabilidade? Com a população mundial em expansão, o aumento da produção de alimentos, a competição por recursos como terra e água e o impacto da mudança climática, nossos solos estão sob uma intensa pressão. Não aproveitar cerca de um terço da comida produzida no mundo significa que nossos recursos naturais, incluindo os solos, são desnecessariamente mal utilizados. O agravamento da saúde do solo leva ao aumento do uso de insumos químicos sintéticos que, se usados em demasia, podem causar poluição, perda de biodiversidade e de terras aráveis.

Estima-se que, em 28% das terras agrícolas do mundo estão crescendo culturas que serão jogadas no lixo. No processo, 250 quilômetros cúbicos de água são desperdiçados e a pegada de carbono dos alimentos produzidos e não consumidos está estimada em 3,3 gigatoneladas de CO2 equivalente. Com 33% dos solos mundiais degradados, já é hora de parar de desperdiçar alimentos e começar a devolver algo ao solo.

Como podemos reduzir a perda de alimentos e o desperdício? Cada ator ao longo da cadeia alimentar tem um importante papel na redução da pegada de desperdício de alimentos. Os produtores podem investir numa colheita mais eficiente e em tecnologias de armazenamento. Varejistas podem reduzir os preços de legumes e frutas “imperfeitos” e doar para os mais necessitados mantimentos ainda passíveis de ser consumidos. Finalmente, os formuladores de políticas públicas podem aumentar a capacidade dos produtores, varejistas e consumidores de acabar com o desperdício de alimentos. Investir em processamento pós-colheita, revisar a legislação sobre prazos de validade e lançar campanhas de sensibilização para inspirar os consumidores a prestart mais atenção ao desperdício são ações igualmente importantes.

Reduzir o número de aterros sanitários e lixões através do investimento na transformação do desperdício de alimentos em fertilizante e biogás também é central para a melhoria do solo.

Fonte: 2013 FAO (Food Wastage Footprint, Impact on Natural Resources)