A mais provável origem do prato é o cozido europeu, que já fazia a mistura de tipos de carnes. Os portugueses reproduziram a receita usando o feijão preto, que era uma base importante da alimentação no Brasil da época. "A tradição europeia do cozido foi provavelmente adaptada, criando a feijoada, que passou a ser servida para camadas mais gerais da população", explica o professor da USP e especialista em históra da alimentação Henrique Carneiro.
"O que chamamos ‘feijoada’ é uma solução europeia elaborada no Brasil. [...] A feijoada, simples ou completa, é o primeiro prato brasileiro em geral", escreveu Câmara Cascudo no livro "História da alimentação no Brasil".
Então, por que se ouve tanto a história de que a feijoada foi criada por escravos? Dória responde que "a simbologia é de um prato miscigenado, como se a nosa culínária fosse fruto de 'contribuições' de índios, negros e brancos. O papel desse mito é apagar da nossa memória de nação as relações de dominação que presidiram o conjunto: o branco senhor, o negro escravo, o índio massacrado. Na feijoada, se esquece tudo isso, não é?"
Veja os ingredientes para uma boa feijoada: 1/2kg de feijão preto, 300g de carne seca, 200g de bacon, 300g de joelho, 300g de pé de porco, 3 linguiças calabresas, 300g de costela, 300g de lombo, 300g de rabo de porco, 2 cabeças de alho, 2 cebolas médias, 2 folhas de louro, 1/2kg de arroz, 1/2kg de farinha de mesa crua, 1/2kg de fubá, 2 molhos de couve, óleo, azeite, sal, margarina e laranjas.